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SÃO PAULO – Distante do holofote do mercado, uma ação de baixíssima liquidez tem ganhando força sem chamar muita atenção na Bovespa. A centenária JB Duarte (JBDU3; JDBU4), que já teve suas ações valendo R$ 0,07 em dezembro do ano passado quando realizou um grupamento, tem disparado na Bolsa desde o final de julho.
As ações preferenciais, que tem maior circulação no mercado, dispararam 61,72% do dia 24 de julho até o pregão de terça-feira (6), enquanto as ordinárias, em um movimento muito mais intenso, avançaram 444% nessas 11 semanas, batendo na véspera o maior patamar desde julho de 2014. Do total de ações em circulação no mercado, 66,67% são ordinárias (371.647 ações), contra 33,33% ordinárias (90.330 ações).
Uma disparada que vem sendo conduzida por poucos investidores. As ações da companhia apresentaram, na média dos últimos 21 pregões, entre 4 a 7 negócios por dia, enquanto o volume financeiro diário se aproximou de R$ 7 mil.
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No radar da empresa, no entanto, não há nenhuma notícia que justifique esse movimento. “É sem pé nem cabeça essa alta. Não faz sentido. Não há nada do nosso conhecimento que justifique esse movimento”, disse Edison Cordaro, diretor de relações com investidores da JB Duarte, quando procurado pelo InfoMoney para explicar a disparada das ações.
Segundo ele, há alguns projetos em andamento na empresa, como o imobiliário Cabreuva, o reflorestamento em Pirapora do Bom Jesus, na grande São Paulo, e o projeto de bambu em São Francisco Xavier, no município de São José dos Campos. No entanto, nenhum deles têm previsão de receita em um prazo imeadiato, são projetos para médio e longo prazo, o que não justificaria a euforia das ações, comenta.
“É uma evolução dos papéis sem sentido. Tem algo de especulativo, mas não é nada que seja vinculado à empresa”, disse.
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Cordado lembra que até pouco tempo havia um possível interesse da entrada de uma empresa americana na participação do capital social da empresa, mas eles declinaram em meio à deterioração macroeconômica. Em março deste ano, a Golden Eagle, empresa que teria demonstrado interesse na companhia e que atua com construção e desenvolvimento imobiliário, informou que declinaria da proposta feita em junho do ano passado.
No dia do comunicado (5 de junho de 2014), as ações preferenciais fecharam com dispararada de 100%, mas a euforia não durou muito. Sem novidades sobre o assunto e com o posterior declínio, os papéis já acumulam queda de 83% até hoje (mesmo com essa valorização de 61,7% das preferenciais desde julho.
A JB Duarte, que nasceu em 1914 e ficou raízes no setor agrícola, ganhando notoriedade com a criação do óleo Maria, vendido posteriormente à Cargil, e que, recentemente, dedicava-se à produção de madeira, promoveu um novo redirecionamento em seus negócios no ano passado. A companhia decidiu voltar suas atenções para o mercado imobiliário no interior paulista. Atualmente, a empresa mantém foco no setor imobiliário, reflorestamento, aterros de resíduos inertes de construção civil e estação de reciclagem de resíduos de construção civil.
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