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Mesa de traders listada na Bolsa dispara 35% com novidade que pode tirar empresa da recuperação judicial

Na última sexta-feira, o relator do caso Enio Zuliani publicou um despacho questionando se o Santander concorda em desistir do recurso que trava o processo da Atompar

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (29), uma small cap fora do radar dos investidores chamou atenção na Bolsa ao disparar 35% e a explicação está na possível resolução de uma dos principais problemas da companhia. A Atompar (ATOM3) disparou 34,43%, fechando a R$ 2,85, com a informação de que o Santander pode deixar de “travar” sua saída da recuperação judicial.

A questão começa quando a companhia entrou na Bolsa, que não foi por meio de um IPO, mas sim com a compra da Inepar Telecomunicações, que estava em recuperação judicial. Com isso, a companhia “herdou” os problemas da antiga empresa, e mesmo conseguindo diversos pareceres favoráveis, o Santander (um dos credores da Inepar) travou o processo após um juiz em segunda instância acatar o pedido do banco e evitar a evolução do processo para saída da recuperação judicial.

Acontece que no último dia 26 de agosto, sexta-feira, o relator do caso, Enio Zuliani, publicou um despacho pedindo para que o Santander se pronuncie se concorda em desistir do recurso que trava o processo da Atompar em um prazo de 5 dias. Caso o banco aceite, a companhia estará livre da situação de recuperação judicial e poderá encaminhar seus planos para o mercado.

Recentemente, durante a divulgação de seu balanço do segundo trimestre, a companhia culpou a si mesma pelos problemas com a recuperação judicial. “Quando compramos a Companhia, talvez nós não tenhamos imaginado que seria essa a parte mais difícil de todo o processo de construção do nosso negócio […] A culpa é nossa por não saber entender o quanto pode ser lento, ineficiente e errático um processo judicial”, disse a Atompar.

Em setembro de 2015, a Bovespa abriu as portas para a Atompar tornar-se a primeira “prop trading” (que na prática seria um grupo de traders que operam o dinheiro da empresa no mercado financeiro) com ações listadas no mercado brasileiro. Porém, desde então a companhia tenta “limpar” sua situação, que tem impedido a evolução de seus projetos de trabalho.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.