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SÃO PAULO – Em meio à ameaça da BM&FBovespa de “banir” do mercado as ações com valor de face abaixo de R$ 1,00, mais uma empresa cotada na faixa dos centavos anuncia um grupamento de ações. Nesta segunda-feira (24) foi a Wetzel (MWET4).
Em fato relevante divulgado após o fechamento do pregão, o conselho da fabricante de peças de ferro e alumínio aprovou o grupamento na razão de 10 para 1. Atualmente, as ações preferenciais da companhia estão cotadas a R$ 0,35; tendo como base os preços atuais, ela passaria a valer R$ 3,50, adequando-se à regra proposta pela BM&FBovespa de ficar acima de R$ 1,00.
A própria Wetzel justifica o grupamento às novas regras anunciadas pela administradora da bolsa brasileira: “objetiva-se com a operação de grupamento conferir um melhor patamar para a cotação das ações de emissão da companhia, em linha com as novas regras de registro de emissores da BM&FBovespa”, diz a empresa, citando ainda o novo manual de orientação dos emissores divulgado pela Bolsa em 18 de agosto de 2014.
A proposta ainda precisa passar por aprovação dos acionistas, cuja assembleia ainda não foi convocada pela Wetzel.
Guerra da Bolsa
Em uma resposta à “ameaça” da BM&FBovespa de banir ações que valem menos de R$ 1,00 na Bolsa de Valores, muitas “penny stocks” têm anunciado grupamentos de ações, com o intuito de aumentar o valor de face de cada papel através da diminuição da quantidade de ativos negociados na Bovespa. A operação, em um primeiro momento, é vista como positiva no sentido de trazer maior liquidez para ativos que eram negociados próximos de R$ 0,01. Mas o que temos visto na prática é que os grupamentos têm aberto espaço para que aquelas ações que não tinham mais como cair simplesmente voltassem a cair.
O novo regulamento foi aprovado há mais de um ano, no dia 14 de fevereiro de 2014, mas só hoje, um ano e meio depois, entrou em vigor. De acordo com o site da BM&FBovespa, o novo regulamento obriga a manutenção da cotação de ações acima de R$ 1,00, ou seja, se a ação seguir abaixo do valor por trinta pregões seguidos, os emissores precisarão se enquadrar (i) até a data da primeira assembleia geral ou (ii) em prazo de seis meses ou até a AGO. A medida deve ser capaz de manter a cotação acima de R$ 1,00 por seis meses.
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Desde o 18 de agosto deste ano, quando entrou em vigor as regras da BM&FBovespa, cinco empresas já anunciaram grupamentos: Wetzel, TecToy (TOYB4), Battistella (BTTL4), Metal Frio (FRIO3) e Rumo Logística (RUMO3).