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Mate Pencz encontrou Florian Hagenbuch pela primeira vez em 2008, quando os dois eram analistas em começo de carreira no banco de investimento do Goldman Sachs em Nova York. A passagem pelo banco americano — curta, mas penosa, segundo Pencz — fez os dois virarem amigos e acabou levando à criação de uma startup que vale US$ 2,2 bilhões no Brasil.
“Nós nos conhecemos no Goldman e lamentávamos juntos a experiência, o que nos tornou amigos”, disse Pencz em uma entrevista. “Você aprende muito, mas é muito doloroso.”
Pencz e Hagenbuch, ambos de 34 anos, são os fundadores da Loft, uma empresa brasileira que compra e vende casas usando ferramentas como as de um e-commerce.
A Loft acaba de levantar US$ 425 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela D1 Capital Partners, tornando-a uma das startups mais valiosas da América Latina. A rodada atraiu novos investidores, como Advent International, Canada Pension Plan Investment Board, GIC, DST, Tiger Global e outros, além de investidores já existentes, como a Andreessen Horowitz.
“Esta rodada serviu para trazer para a Loft investidores acostumados com empresas públicas”, disse Pencz. “Temos o objetivo de abrir o capital e a maioria dos investidores desta rodada espera por um IPO.”
A Loft está entre as empresas latino-americanas que ganharam impulso com a pandemia. O Brasil é um epicentro global para casos de Covid-19 e agora lidera o mundo em novas infecções.
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Com o governo cortando taxas de juros ao longo de 2020 para reanimar a economia, o crédito imobiliário ficou mais barato do que nunca. Ao mesmo tempo, as pessoas presas em casa começaram a procurar novos lugares para morar, disse Pencz.
“Os empréstimos imobiliários ficaram quase 30% mais baratos, mas os preços das casas não acompanharam”, disse ele. “As pessoas estão aproveitando a oportunidade para se mudar.”
Planos de crescimento
A Loft, que tem cerca de 15.000 propriedades listadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, pode atingir 10 vezes isso entre este ano e o próximo, disse Pencz. A empresa planeja se expandir para outras grandes cidades dentro e fora do Brasil.
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Os fundadores ainda controlam o capital votante da Loft após a última rodada, de acordo com Pencz. A empresa levantou cerca de US$ 700 milhões em equity desde o início.
Nenhum dos dois é brasileiro, embora Hagenbuch tenha crescido no país. Pencz nasceu em Budapeste e, após a passagem pelo Goldman em Nova York, mudou-se para Londres, onde ele e Hagenbuch foram colegas de quarto. Eles trabalharam nas indústrias de private equity e hedge funds. Uma noite, fizeram um pacto, enquanto tomavam cerveja, de que quando um decidisse deixar o emprego, o outro o seguiria e eles abririam um negócio no Brasil.
“Na semana seguinte, pedi demissão e Florian achou que eu estava brincando”, disse Pencz. “Queríamos fazer isso em um mercado que parecia menos impactado pela tecnologia, mas que ainda fosse bem-vindo aos estrangeiros.”