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SÃO PAULO – Mais um dia de intensos protestos ocorre no Brasil. Nesta segunda-feira (21), ocorrerá o 1º leilão do pré-sal brasileiro, que causa indignação em diversos grupos, que organizaram manifestações em diferentes locais do país. Apesar dos protestos, o leilão está mantido, segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Desde a manhã desta segunda-feira, petroleiros de Cubatão, na Baixada Santista, paralisaram as atividades, em protesto ao leilão do pré-sal. Eles chegaram a interditar a rodovia que dá acesso à refinaria Presidente Bernardes, mas já liberaram a via. Já, no Litoral Norte, a greve por tempo indeterminado conta com a adesão dos trabalhadores da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba, e do Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião. Em alto-mar, na Bacia de Santos, os petroleiros embarcados das plataformas de Merluza e Mexilhão também participam dos protestos.
Em Brasília, manifestantes continuam acampados em frente ao Congresso Nacional, organizados pela FUP (Federação Única dos Petroleiros). Nesta manhã, os manifestantes fizeram um ato na frente do prédio da Petrobras (PETR3, PETR4), tentando convencer as autoridades a suspender o leilão.
Violência na Barra da Tijuca
Apesar dos inúmeros focos de protesto por todo o Brasil, as atenções voltam-se ao Rio de Janeiro, onde será realizado o leilão. Desde cedo, o Exército e a Força Nacional interditou o perímetro do Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca, onde ocorrerá o evento. Com isso, moradores são quase impedidos de chegar em casa.
Os manifestantes também chegaram ao local cedo, e há registro de pelo menos 2 confrontos no local, com manifestantes tendo derrubado a grade de proteção colocada em volta do hotel e atirando pedras, no que foram dispersados com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Maior reserva brasileira
A área de Libra é a maior descoberta de petróleo do País, com reservas estimadas de 8 bilhões a 12 bilhões de barris. A diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Magda Chambriard, destacou que a área poderá ter um pico de produção de 1,4 milhão de barris por dia; atualmente, a produção total do Brasil é de cerca de 2 milhões de barris por dia, em média. Magda destacou que Libra pode demandar de 12 a 18 plataformas e de 60 a 90 profissionais.
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Além disso, o leilão deve arrecadar quase o dobro do que já foi pago em todos os leilões de petróleo já realizado no País, uma vez que terá um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões. Desde 1999, foram acumulados bônus de R$ 8,9 bilhões.
(Com Agência Brasil).