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Até este momento de 2022, continua a tendência de colocar cada vez mais dinheiro nas startups brasileiras. Mais de US$ 2 bilhões foram investidos nos negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos nacionais durante o primeiro trimestre do ano.
O volume investido foi de exatos US$ 2,04 bilhões, 4% mais do que o volume no mesmo período de 2021, que acabou sendo um ano recorde em investimentos nas startups brasileiras. Na comparação com os primeiros trimestres de anos anteriores, o salto é ainda mais impressionante. As informações são da empresa de inovação Distrito, que monitora mais de 35 mil startups brasileiras.
“Acreditamos que 2022 vai apresentar volumes de investimentos semelhantes ou maiores que os do ano passado”, disse em comunicado Gustavo Gierun, CEO do Distrito. Em conversa com o Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, Gierun ressaltou que as instabilidades econômicas e políticas pelas quais o país passou e vai passar em 2022 não devem afetar o investidor de venture capital, que busca um retorno em longo prazo.
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“O que vemos, inclusive, é uma maior confiança no ecossistema, com empreendedores mais maduros, soluções mais estruturadas e equipes mais robustas. Somando essa confiança à maior competitividade e à entrada crescente de investidores estrangeiros, o cenário é ainda de liquidez”, analisou o CEO do Distrito. “Também é interessante ressaltar que, nos últimos cinco anos, o primeiro trimestre representou, em média, 17% do capital investido no ano. Ou seja, o montante de capital tem se concentrado mais nos trimestres seguintes, o que aumenta as expectativas para os demais meses do ano.”
A expectativa de volume de investimentos similar ou maior na comparação anual foi reforçada por especialistas ouvidos anteriormente pelo Do Zero Ao Topo sobre as suas previsões para o investimento nas startups brasileiras neste ano.
Porém, os gestores ressaltaram que o crescimento percentual ano a ano não deve ser tão forte, e que teremos menos unicórnios. Em 2021, foram 10 startups avaliadas em ao menos US$ 1 bilhão. Daniel Ibri, sócio do fundo de venture capital Mindset Ventures, diferiu de Gierun e previu próximos trimestres menos intensos em aportes. “Vejo um ano com primeiro semestre forte, mas que vai perdendo força ao longo do segundo semestre [com as eleições presidenciais]”.
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Concentração dos investimentos
O primeiro trimestre deste ano apresentou menos rodadas de investimento em relação ao mesmo período de 2021. Foram 167 transações, ante 200 no começo do ano anterior. Por outro lado, as startups escolhidas viram um maior valor médio de aportes. O resultado é que mais dinheiro está indo para menos startups: o tíquete médio subiu em todos os estágios de investimentos feitos ao longo do primeiro trimestre deste ano.
“O tíquete médio foi puxado pela maior maturidade do mercado de venture capital no país. Existem cada vez mais fundos estrangeiros buscando oportunidades no Brasil, e os gestores que historicamente mais atuam no país captaram recursos em 2020 e 2021. Portanto, vão buscar alocação no mercado neste momento. Existe maior competitividade pelas melhores transações”, analisou Gierun ao Do Zero Ao Topo.
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Para o CEO da Distrito, o investimento médio se manterá ou terá valor maior do que o visto em 2021. Por outro lado, o número de transações deve ser inferior ao do último ano. “Mas não suficiente para comprometer a estabilidade ou o crescimento de mercado”, afirmou Gierun.
Setores queridinhos do mercado
Houve maior concentração de fundos também em setores. Os cinco setores preferidos dos investidores captaram US$ 1,555 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ante US$ 1,496 bilhão em 2021.
No começo do ano anterior, os setores mais representativos em investimentos foram serviços financeiros/fintech (41,3% do total captado nos cinco setores), varejo/retailtech (29,1%), imóveis/real estate (14,9%), recursos humanos/HRTech (14,7%) e agricultura/agtech (0,053%).
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A ordem mudou pouco no começo deste ano, mas as porcentagens se concentraram ainda mais nas startups de serviços financeiros: fintech (67,8%), retailtech (13,6%), HRTech (12,7%), real estate (3,1%) e agtech (3%).
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