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Atrair investidores para uma empresa é uma das etapas mais desafiadoras para empreendedores. A forma mais comum de fazer isso é através do pitch, uma apresentação breve e objetiva da ideia de negócio. Ele deve durar de 3 a 5 minutos e transmitir a essência do projeto de forma clara e concisa para despertar o interesse do investidor.
A importância do pitch para investidores é grande, já que eles precisam avaliar qual é a melhor oportunidade para alocar seu dinheiro. O pitch permite que o investidor tenha uma ideia clara do modelo de negócio e das perspectivas futuras da empresa. Com base nessas informações, o investidor pode avaliar se a empresa tem potencial de crescer e gerar bons resultados financeiros a longo prazo.
Carol Paiffer, CEO da Atom, a maior empresa de traders da América Latina, é uma das investidoras do Shark Tank Brasil e apresentadora do quadro Café com Mercado do UOL Economia. Em uma entrevista para o Trilha da Inovação, ela fala sobre a importância do pitch para chamar a atenção de um investidor.
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Segundo Carol, o pitch é um “xaveco”, ou seja, uma forma de abrir espaço para uma conversa. Ele tem como intuito chamar a atenção do investidor e falar algumas coisas que ele quer escutar, como se o projeto é escalável, se a pessoa domina o assunto, qual é a vantagem e o problema que ele resolve.
Carol destaca que o pitch precisa ser muito bem construído para que o investidor possa ter todas as informações necessárias sobre o negócio. Ela ressalta que quando o pitch é confuso, acaba distanciando o investidor.
“A pior coisa que pode acontecer é quando tem aquele pitch confuso, o empreendedor quer passar tanta informação que ela acaba confundindo. Então, eu sou da política do menos é mais. O simples sempre vence.”
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Carol analisa cerca de 60 apresentações por temporada do programa e diz que os investidores do Shark Tank não recebem nenhuma informação antes das gravações, por isso o pitch precisa ser muito bem construído para que os investidores do programa possam decidir em qual empresa apostar.
É fundamental que o empreendedor mostre confiança e saiba o que está fazendo. Carol diz que a primeira impressão é muito importante e pode animar ou desanimar o investidor no primeiro momento. O pitch precisa ser claro, objetivo e mostrar que o negócio tem potencial de crescimento.
“Eu fui estudar leitura corporal para o caso do Shark. Para poder inclusive identificar se aquela pessoa está vendendo demais. Outro ponto que eu olho bastante é a paixão do empreendedor, o que move a pessoa, o problema que ela quer resolver, e também a energia porque você tem que se conectar, pois você irá conviver com ele”.
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Carol ressalta a importância do pitch deck e da documentação para apresentar uma empresa. Segundo ela, o pitch deck é uma apresentação visual que deve conter informações relevantes sobre a empresa, como números, informações e imagem bem montada. No entanto, um pitch deck bem feito não deve ter mais do que algumas páginas, o suficiente para abrir uma conversa. Ela destaca que muitos empreendedores buscam investidores sem estar preparados com a documentação, o que pode comprometer a credibilidade do negócio.
Já na fase pós Shark Tank, é necessário apresentar toda a documentação para que o investidor possa avaliar se tudo que foi falado é verdadeiro e se a empresa está em boas condições. Nessa etapa, é importante “puxar a capivara” da empresa, ou seja, avaliar se ela tem algum problema, como um processo trabalhista ou com outra coisa.
Sobre a cultura do brasileiro, a investidora diz que muitas empresas ainda não estão bem organizadas financeiramente, principalmente as pequenas e médias. No entanto, ela ressalta que é importante ajudar o empreendedor a organizar a casa para que o investimento seja bem aplicado e o negócio possa crescer. Para isso, Carol montou uma aceleradora e um CSC, centro de serviço compartilhado que tem como objetivo reduzir custos, aumentar a produtividade e dar apoio para que as empresas possam crescer.
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Carol também mencionou que suas investidas se ajudam mutuamente através de grupos de WhatsApp e mentoria. Para Carol, a troca de informações é fundamental para o sucesso das startups e para o fortalecimento da rede de contatos.
Carol ressalta a importância de entender tanto a empresa quanto as habilidades do empreendedor. No início de um negócio, muitas vezes é necessário que o empreendedor saiba fazer de tudo, desde finanças até contabilidade. No entanto, a tecnologia e a inteligência artificial estão ajudando a facilitar esse déficit de conhecimento, permitindo que o empreendedor seja mais eficiente e produtivo.
Uma das vantagens da tecnologia é a possibilidade de tomar decisões com base em dados, em vez de depender de “feeling” ou intuição. Com a ajuda da inteligência artificial, é possível receber informações precisas e fazer escolhas mais fundamentadas. Por exemplo, é possível determinar a margem ideal para um produto com base em dados, em vez de chutar um valor.
Carol também destaca que a tecnologia pode ajudar a otimizar o tempo e a tornar o empreendedor mais produtivo. Assim como o GPS e o Waze tornaram a navegação mais fácil e automática, as ferramentas de inovação podem ajudar o empreendedor a focar em tarefas importantes e deixar as tarefas programáveis para a tecnologia.
“Eu gosto muito de um livro, que é Mentes Brilhantes, Rombos Milionários, de Scott Patterson, ele tem uma frase que eu adoro, que é: ‘a máquina é melhor do que o homem, mas o homem com uma máquina é melhor do que a máquina’. Então, a gente precisa usar a tecnologia para otimizar nosso tempo, para a gente se tornar mais produtivo, para a gente tomar decisões melhores.”
Por Ana Medici, apresentadora do Trilha da Inovação.