Inadimplência de empresas soma R$ 117 bilhões e atinge patamar histórico

Quantidade de negativadas também atingiu níveis recordes, em mais de 6,5 milhões dos negócios, segundo Serasa

Wesley Santana

Financial crisis
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Desde o ano passado, a inadimplência entre empresas não têm dado tréguas, conforme mostra um levantamento feito pela Serasa Experian. No mês de abril, a soma total das dívidas de pessoas jurídicas chegou a casa de R$ 117,5 bilhões, o maior patamar já registrado desde 2016, quando o monitor foi criado.

O número de negócios negativados também atingiu níveis recordes, saltando 6% nos últimos doze meses, para 6,5 milhões, de acordo com a Serasa. A maior participação nesse volume vem do setor de Serviço (54%), responsável por mais da metade do montante em atraso, seguido do Comércio (37%), Indústria (7,7%), Setor Primário (0,8%) e Outros (0,5%).

O estado de São Paulo tem o maior índice de firmas endividadas, com mais de 2 milhões. Na sequência aparecem Minas Gerais, com 605 mil, e Rio de Janeiro, com 584 mil. Na comparação por tamanho de negócio, as pequenas e médias empresas largam na frente, sendo quase 90% do total, somando 39 milhões de pendências ou R$ 94,5 bilhões.

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Na análise de Luiz Rabi, economista pela FEA-USP, a situação econômica do país continua sendo o principal motivo para esses resultados, sobretudo para as PMEs, que, por falta de recursos para arcar com os compromissos, acabam se negativando. Ele pontua que questões como a inflação acelerada e a taxa básica de juros (Selic) em nível recorde também fazem pressão sobre o poder de compra dos consumidores.

“Com insumos encarecidos, juros altos e nenhum incentivo ao consumo, o fluxo de caixa das empresas não encontra espaço para crescer, o que torna a quitação de dívidas inviável para os donos de negócios”. “Os empreendimentos de portes menores são, naturalmente, mais impactados pelas dificuldades financeiras, já que possuem menor fôlego e pouca reserva emergencial”, explica Rabi.