Grupo de Japi e Astra, de Jundiaí, miram em expansão nacional (e mundial) para 2023

Na contramão de big techs, duas fabricantes de produtos para construção civil vão expandir unidades e contratar pessoas em 2023

Mariana Amaro

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Astra e Japi são duas empresas do setor de construção civil, de Jundiaí, no interior de São Paulo, que possuem planos de expansão ambiciosos para 2023. Ambas fazem parte de um mesmo grupo, comandado por Ana Oliva Bologna, presidente do conselho da Astra e diretora da Japi, que já contou a história das empresas em episódio do podcast Do Zero ao Topo, do InfoMoney.

A primeira delas é uma das maiores fabricantes de produtos para a construção civil, que produz de assentos sanitários a mecanismos de descarga, e anunciou uma expansão industrial em Pernambuco, onde mantém uma fábrica. A unidade da Astra, localizada em Cabo de Santo Agostinho, já abastece seis estados da região nordeste e passará a atender mais outros três com a chegada de novos equipamentos e a contratação de mais 50 pessoas.

Com a expansão, a fábrica passará a ter 9.300 metros quadrados para atender 6.000 clientes ativos no nordeste. “Investimos R$ 8 milhões desde 2018 e vamos colocar mais R$ 4 milhões no primeiro semestre de 2023 para a ampliação. Estamos aumentando nossa presença na região por uma questão estratégica: além do potencial de crescimento, avaliamos os custos tributários e de frete e buscamos uma reorganização da planta para garantir um espaço para crescer ainda mais”, afirma Oliva Bologna.

Com a Japi, que também faz parte do grupo e tem uma extensa linha de produtos que varia de louças a acessórios para jardinagem, a expansão será internacional. A empresa inaugurou uma planta industrial na República Dominicana como parte de uma estratégia para consolidar sua presença nos mais de 35 países que atende e corresponde a cerca de 35% do faturamento da companhia.

Para tirar o projeto do papel, serão investidos US$ 5 milhões. Com isso, a nova planta industrial, que possui 4000 m², deve começar a funcionar em março de 2023 e foi concebida para otimizar a logística de exportação para regiões como América do Norte e Europa. De acordo com Ana Oliva Bologna, a Japi não tinha como expandir a produção em Jundiaí. Como era necessário aumentar a produção, portanto, a empresa buscou uma solução que resolvesse outros problemas e atendesse melhor o mercado externo. “Vimos oportunidade com a nova dinâmica mundial. Com o fechamento de fábricas na China, conseguimos suprir parte desse mercado”, afirma Oliva Bologna.

Perspectiva positiva

Em 2022, as empresas tiveram uma queda em relação ao ano anterior e tiveram um faturamento conjunto de R$ 970 milhões. O resultado, contudo, não foi visto como negativo. “O ano de 2021 foi muito fora da curva para muitos setores, e para nós não foi diferente. Crescemos 40% e houve um descasamento entre oferta e demanda. Agora, voltamos a crescer em torno de 10%, próximo do que conquistamos historicamente e, mesmo com o mercado observando uma desaceleração, projetamos um crescimento de 13%”, diz.

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Embora espere por uma desaceleração global, Oliva Bologna avalia que o mercado de construção civil terá investimentos, principalmente em setores de habitação popular. “Dizem que eu sempre vejo o copo meio cheio, mas estamos em uma posição muito confortável: conseguimos atender todos os públicos, com linhas premium e populares. E enxergamos muita oportunidade de expansão para o mercado interno e externo”, completa.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.