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SÃO PAULO – Já virou rotina para muitas pessoas digitar o CPF na hora de pagar uma compra no supermercado em busca de alguns reais de desconto. Mas você já parou para pensar o que o varejista ganha com isso? A resposta é simples, mas o que está por trás disso é um sistema bem complexo.
Cada vez que você se identifica ao realizar uma compra, as informações sobre o seu consumo são enviadas para um gigantesco banco de dados. Pode parecer trivial, mas referências como o refrigerante que você mais gosta e quantas vezes por mês você compra cereal já são disputadas a tapa por muitas companhias para aprimorar – e personalizar – seus processos de vendas.
Quem sabe o valor disso há muito tempo é Jaime de Paula, CEO e fundador da Neoway, uma empresa especializada em agrupar, analisar e transformar dados brutos em informações úteis para os mais variados negócios – o chamado Big Data.
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A Neoway surgiu a partir das pesquisas acadêmicas realizadas por de Paula durante o doutorado. Formado em engenharia eletrônica e interessado na utilização racional de dados, ele se enveredou pelo mundo do Big Data e, desde então, sabe como ninguém transformar informações aparentemente simples – como sua compra de domingo no supermercado – em uma complexa teia de dados que mostram os hábitos de consumo e podem ter um enorme valor para muitas companhias.
Mas digitar o CPF no mercado ou na farmácia é apenas um exemplo de aplicação de Big Data a que todos já estamos acostumados. O uso correto e bem organizado de dados pode ajudar e simplificar o trabalho de muita gente – desde o diretor de vendas até a equipe jurídica de uma multinacional.
Antes focada na área chamada de sales e marketing, que compila justamente dados que são usados para impulsionar vendas e melhorar os negócios do ponto de vista de faturamento, a Neoway encontrou um outro nicho que vem dando muito certo – o de risco e compliance.
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Uma grande empresa que atende o varejo, por exemplo, sempre estará sujeita a enfrentar processos judiciais de clientes. Mas como saber se vale a pena fazer um acordo e ou se é melhor levar o litígio até o final?
A resposta para isso também está na análise de dados. Com base em milhares de outros casos que já foram julgados anteriormente e cruzando informações de diversos sistemas e bancos de dados, a plataforma consegue analisar todas as variáveis possíveis para indicar quais devem ser os próximos passos da equipe jurídica. “O sistema possibilita uma tomada de decisão cada vez mais precisa. A plataforma leva em conta toda a base histórica e consegue fazer uma predição”, explica de Paula.
Pode até parecer cena de um filme futurista, mas não há nada de ficção e nem espaço para achismos neste tipo de sistema. O fato é que a inteligência artificial já consegue ler um processo judicial, entendê-lo e empregar a chamada jurimetria – que nada mais é do que a estatística aplicada ao direito.
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No fim das contas, com algoritmos e muita matemática atuando em uma base de dados gigantesca, o índice de acerto atinge a faixa de 90%. “Nós conseguimos saber o tempo médio que esse processo deve demorar e qual é a chance do nosso cliente ganhar ou não”, explica o executivo.
Mas os exemplos não param por ai. Grandes bancos utilizam sistemas de Big Data para, por exemplo, provisionar quanto e quando receberão uma dívida. Com isso, a área de cobrança consegue identificar e separar os devedores de maneira mais assertiva e direcionar seus esforços para uma melhor recuperação da carteira de clientes devedores.
A verdade é que a quantidade de dados gerados diariamente não para de crescer. Afinal, os próprios dispositivos – e a nuvem – têm cada vez mais capacidade de armazenamento. Quem tem mais de 30 anos, por exemplo, provavelmente já usou um disquete com capacidade de armazenamento de 1,44 megabyte, espaço que hoje em dia não armazenaria nem uma foto do celular.
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Para se ter uma ideia do tamanho do negócio, consultorias especializadas esperam que a quantidade de dados existente até 2020 atinja a marca de 40 trilhões de gigabytes.
Sem concorrentes diretos
A Neoway não divulga dados sobre o faturamento, mas o crescimento já dá uma ideia do quanto este business vem prosperando. “Nos últimos anos estamos crescendo mais de 50% ao ano”, diz o executivo. Para 2018, a expectativa é de manutenção desta expansão. “No primeiro semestre crescemos mais de 50% e julho foi ainda melhor”.
Este número expressivo pode ser creditado à originalidade do negócio criado por de Paula e à ausência de concorrentes diretos por conta da forte barreira tecnológica. Enquanto as grandes consultorias – que são as que mais se assemelham ao negócio da Neoway – demoram meses para conseguirem agrupar e analisar dados vitais para o cliente, o sistema que usa Big Data é dinâmico e atualiza todas as bases de dados muito rapidamente. “Não existe no Brasil e nem nos Estados Unidos uma empresa que faça exatamente o que nós fazemos”, diz.
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Os EUA, aliás, é um mercado promissor para a Neoway, que desembarcou por lá no final de 2017 e iniciou as vendas de plataformas no começo deste ano. “Devemos fechar 2018 com 5% do faturamento bruto vindo do nosso escritório em Nova York. O ticket médio lá está altíssimo, até quatro vezes maior que o nosso, no Brasil. O americano está acostumado a pagar por esse serviço”, conclui.
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