Glencore compra fatias da Vale e Hydro na MRN e vira sócia na Alunorte

Ao todo, a Glencore deverá pagar cerca de US$ 700 milhões pelos ativos na conclusão das operações

Reuters

Operação em mina de cobre da Glencore em Katanga (Divulgação)
Operação em mina de cobre da Glencore em Katanga (Divulgação)

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A Glencore anunciou nesta quinta-feira (27) acordos para assumir 45% da Mineração Rio do Norte (MRN), maior produtora e exportadora de bauxita do Brasil, através da compra de fatias de 40% da Vale e de 5% da Norsk Hydro na empresa.

Em uma operação separada, a mineradora e trading suíça adquiriu ainda uma participação de 30% na Alunorte, refinaria no Pará controlada pela Hydro que produz alumina a partir de bauxita fornecida principalmente pela MRN.

Os 40% da Vale na produtora paraense de bauxita serão vendidos primeiro para a Ananke Alumina, uma afiliada da Hydro, por um valor não revelado. Segundo a Hydro, essa participação será imediatamente vendida à Glencore, com base em um acordo “back-to-back”.

A Hydro também alienará seus 5% na MRN para a Glencore, saindo totalmente do negócio. Com isso, a MRN passa a ter a suíça como principal acionista, em grupo que inclui ainda South32 (33%), Rio Tinto (12%) e CBA (10%).

Ao todo, a Glencore deverá pagar cerca de 700 milhões de dólares pelos ativos na conclusão das operações.

“A aquisição das participações acionárias na Alunorte e na MRN fornece à Glencore exposição à alumina e bauxita de menor carbono, aumentando nossa capacidade de fornecer esse material crítico para a transição energética em andamento para nossos clientes”, disse em nota Robin Scheiner, head de Alumina e Alumínio da Glencore.

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Para a Vale, o desinvestimento da produtora de bauxita, ainda sujeito a aprovações regulatórias, marca a conclusão de seu principal programa de desinvestimento, que envolveu a venda de mais de 10 ativos “non-core” em vários continentes desde 2019.

“Através desse programa, a Vale conseguiu simplificar e reduzir a exposição ao risco dos seus negócios, resultando na eliminação de despesas de até 2 bilhões de dólares por ano”, disse a mineradora brasileira.

Já a norueguesa Hydro atrai um parceiro importante para desenvolver os negócios da Alunorte, afirmou o CEO da empresa, Hilde Merete Aasheim.

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“A Alunorte continua sendo um ativo estratégico fundamental para a Hydro e é uma fonte importante de fornecimento de alumina de baixo carbono para nossas fundições de alumínio primário”, avaliou Aasheim, em comunicado.

Maior refinaria de alumina fora da China, a Alunorte tem uma capacidade nominal anual de 6,3 milhões de toneladas do produto, que é matéria-prima para as operações de alumínio da Hydro pelo mundo.