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SÃO PAULO – As tensões entre Gafisa (GFSA3) e Alphaville Participações (Alphapar) se intensificaram após a construtora e incorporadora ter anunciado possível abertura de capital ou venda de participação da Alphaville Urbanismo, movimento tomado sem o conhecimento da Alphapar, segundo uma fonte próxima ao assunto afirmou à Reuters.
“A Alphapar foi pega de surpresa… Foi um movimento hostil não ter consultado e comunicado sobre o fato relevante antes da publicação”, disse nesta terça-feira (18) a fonte com conhecimento da situação, sob condição de anonimato.
A Gafisa informou em 10 de setembro que iniciou uma análise de “opções estratégicas” para o futuro da Alphaville – empresa voltada ao desenvolvimento de condomínios urbanos de alto padrão -, que pode envolver abertura de capital ou venda de fatia da empresa. O objetivo, de acordo com a Gafisa, é maximizar valor ao acionista.
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Consultada, a Alphapar confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “teve conhecimento da proposta no mesmo momento que todo o mercado”.
A Gafisa, por sua vez, afirmou também via assessoria de imprensa que “a comunicação (fato relevante em questão) está de acordo com as boas práticas de governança corporativa e foi aprovada em reunião do Conselho de Administração”.
Em 2006, a Gafisa assumiu 60% da Alphaville, fatia que passou a 80 por cento em 2010. Conforme acordo firmado em 2006 com a Alphapar, os 20% restantes seriam adquiridos até o fim deste ano.
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O processo, entretanto, foi parar na arbitragem, já refletindo desentendimentos entre os sócios.
A Gafisa diz que, pelo acordo, o total de ações a serem emitidas no processo de compra da participação que ainda não possui na Alphaville Urbanismo é de 70.251.551, ao preço de R$ 5,11 cada, num total de R$ 358,98 milhões.
Já a Alphapar considera que devem ser emitidas 97.055.876 ações ordinárias da Gafisa, a R$ 3,70, totalizando R$ 359,10 milhões.
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Na Bovespa, as ações da Gafisa são negociadas atualmente pelo valor de cerca de R$ 4,50.
Independentemente do cenário, a Alphapar passará a ser a maior acionista individual da Gafisa após a venda total da Alphaville.
Segundo a mesma fonte, a Alphapar está sendo preterida de participar do processo de decisões estratégicas envolvendo a Alphaville, unidade mais rentável da Gafisa, que vem lutando para se livrar de problemas envolvendo a Tenda, construtora do grupo voltada ao segmento econômico.
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“Não foi estabelecida comunicação adequada, apesar das tentativas da Alphapar… (Mas) eles não devem querer comprar uma briga com seu maior acionista”, disse a fonte. “A Alphapar tem mecanismos para bloquear qualquer manobra que escape do seu interesse, e tomará medidas cabíveis”, afirmou a fonte.
A fonte disse ainda que uma possível venda de uma participação na Alphaville reduziria os problemas de dívida da Gafisa e, ao mesmo tempo, “salvaria a Alphaville da pressão de ter um acionista controlador que está mal das pernas”.