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SÃO PAULO – Sergey Brin e Larry Page, fundadores do Google, anunciaram a saída dos cargos de presidente e CEO, respectivamente, da Alphabet, empresa controladora do buscador, na última terça-feira (3). Sundar Pichai, que já comandava o negócio de internet do Google, acumula o cargo de executivo-chefe da holding.
Em carta oficial, os cofundadores comparam a companhia a um “jovem adulto de 21 anos” que não precisa mais de “incômodo diário”. Ambos continuam com assentos no conselho e mantêm mais da metade das ações da companhia – portanto, têm voto decisivo.
A Alphabet foi constituída em 2015 para trabalhar em outras verticais, diferentes dos serviços de internet fornecidos pelo Google (entre elas a frota de veículos autônomos Waymo, um negócio de entregas via drones e as frentes de tecnologia aplicada à saúde Verily e Calico). Brin e Page dizem que é “o momento natural para simplificar a estrutura de gestão” e que não existe mais a necessidade de dois CEOs e um presidente.
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Em outra carta, enviada por e-mail interno, o novo CEO da Alphabet, Sundar Pichai, disse que a transição “não afetará a estrutura da Alphabet ou o trabalho que fazemos no dia a dia”. Segundo ele, sua função continuará mais focada no Google e “no trabalho profundo que estamos realizando para ultrapassar as barreiras da computação e construir um Google melhor para todos”.
As ações da empresa veem alta de 1,17% no pre-market desta quarta-feira.
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Momento emblemático
A unificação da gestão da companhia vem em um momento de escrutínio por reguladores americanos e europeus, que criticam o tamanho das empresas de tecnologia, práticas de privacidade de dados e impactos na sociedade em geral. Na semana passada, quatro funcionários foram demitidos da empresa por suposta violação de políticas de segurança de dados. Antes disso, outros milhares de googlers protestaram sobre a forma como a companhia lidou com denúncias de assédio sexual.
Em meio aos imbróglios, os cofundadores, antes muito presentes em tudo que envolvesse a companhia, estavam começando a se esconder dos holofotes.
Na última divulgação de balanço, Page, antes o rosto do Google, esteve ausente, chamando a atenção da comunidade tech. Em 2018, não compareceu a uma reunião de um comitê investigativo do Senado americano sobre interferências em eleições estrangeiras. A Bloomberg Businessweek chegou a publicar um artigo intitulado “Where in the world is Larry Page?” (onde está Larry Page?).
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Funcionários da empresa revelaram ao InfoMoney há alguns meses que notavam a ausência dos cofundadores também em eventos internos.
Quem é Sundar Pichai
Reconhecidamente um gênio da engenharia e líder natural, popular entre os funcionários, o indiano Sundar Pichai é CEO da vertical de internet desde a criação da Alphabet em 2015, mas entrou no Google em 2004. Entre seus papéis relevantes dentro do grupo estão a direção do navegador Chrome e do sistema operacional móvel Android.
Sob sua liderança, o Google continuou em crescimento acelerado e mudou de foco, do Mobile First para o Artificial Intelligence First. Sua presença já é carta marcada nas conferências de resultados e no palco de eventos abertos a desenvolvedores e jornalistas.
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Fora do trabalho, Pichai já revelou ser fã de futebol e da Seleção Brasileira. Em uma entrevista, revelou que acordava de madrugada para assistir aos jogos do Brasil durante a infância. Na Índia, passou por algumas dificuldades, como um período de seca que criou nele o hábito de sempre dormir com uma garrafa de água ao lado da cama.
“Mas eu tinha bastante tempo para ler. Lia qualquer coisa que caísse em minhas mãos. Estava processando muito”, disse ao New York Times em 2018. Sua formação é de engenheiro metalúrgico no Indian Institute of Technology Madras e mestre por Stanford, onde estudou contemporaneamente a Page e Brin (que estudavam ciência da computação à época).
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