Forever 21 pode ser comprada por US$ 81 milhões por donos de shopping

Varejista, cuja receita chegou a US$ 4,4 bilhões no auge dos negócios, evita falência; shoppings querem evitar perda de lojas

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Após entrar com processo de proteção à falência em setembro do ano passado, a rede Forever 21 pode ter chegado a um acordo de venda dos negócios para um consórcio formado por Simon Property Group, Brookfield Asset Management e Authentic Brand Group. Os dois primeiros já são os maiores locatários da varejista: só o Simon Property tem quase 100 lojas da marca em seus shoppings.

Um documento de uma vara de falências obtido pela imprensa americana no domingo mostra que o acordo é de US$ 81 milhões, um valor significativamente baixo para uma companhia que chegou a atingir US$ 4,4 bilhões em receita no auge do negócio.

O acordo de venda provavelmente será fechado se outra empresa não fizer outra proposta até 7 de fevereiro, mas também depende de aprovação das autoridades americanas. Caso haja outros interessados, pode ocorrer um leilão.

Do lado do comprador, avalia-se que a proposta também é uma forma de evitar (ou atrasar) mais deterioração: se as lojas da Forever 21, algumas das maiores que ocupam os corredores dos shoppings, fecharem, as consequências tendem a ser graves.

Vale lembrar que os EUA passam por um fenômeno chamado de Apocalipse do Varejo nos centros de compras. Uma pesquisa do Business Insider estima que 25% dos shoppings do país devem fechar as portas até 2022. Estima-se que mais 9.300 lojas fecharam as portas em 2019. Uma compra bem-sucedida da Forever pode dar sobrevida a esses empreendimentos.

Com dívidas de mais de US$ 500 milhões, a Forever 21 é uma empresa familiar fundada pelo casal de imigrantes Do Won Chang e Jin Sook Chang e hoje presidida pela filha dos dois, Linda Chang. Atualmente, a marca tem mais de 700 lojas ao redor do mundo, sendo 540 nos EUA.

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Quando anunciou o pedido de proteção, a companhia disse que sairia de alguns mercados, como Ásia e Europa, e manteria operações na América Latina. Devem ser extintas 350 unidades no total, 100 delas já fecharam as portas. A manutenção desses planos deve depender da avaliação dos compradores.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney