Dos fracassos ao “Dream Team”: as lições de Magic Johnson para vencer nas quadras e nos negócios

Um dos maiores jogadores da história do basquete conta histórias de sua vida e seus ensinamentos para ter sucesso também fora das quadras

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Cinco vezes campeão da NBA, três vezes eleito o MVP (jogador mais valioso) da liga, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992 com o Dream Team e ativista, Earvin “Magic” Johnson tem uma história de grande sucesso dentro e fora das quadras de basquete.

Durante entrevista comandada por Ana Laura Magalhães, do canal Explica Ana, na Expert XP 2020, o ex-jogador contou um pouco dos segredos e da mentalidade que o levaram a conquistar tanta coisa. E segundo ele, a vontade de vencer sempre foi algo que lhe trouxe parte destes resultados.

“Pra mim eu sempre pensei em vencer, sempre fui bastante competitivo. Isso remonta a quando eu era um menino”, conta Johnson relembrando suas vitórias como jogador na escola e na universidade.

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Ele lembrou de uma história ainda em seu ano como calouro na NBA, em 1980. Seu time, o Los Angeles Lakers foi para a final contra o Philadelphia 76ers e quando a série estava em 3 a 2 para o time de Califórnia (ganha quem chegar a 4 vitórias primeiro), o astro do time, Kareem Abdul-Jabbar, torceu o tornozelo e não poderia participar das próximas partidas.

“Os jogadores estavam para baixo, desacreditados”, disse Johnson lembrando que apoiou todos e disse que o Lakers seria campeão mesmo sem seu melhor jogador. Eles não só foram campeões, como Johnson foi escolhido MVP da final, sendo o primeiro calouro a conquistar esse prêmio na história da liga.

Após encerrar a carreira como jogador, Johnson se tornou um empresário de sucesso, investindo em diferentes negócios. Segundo ele, para realizar esta mudança, ele se cercou das melhores pessoas do ramo, para aprender o que ele ainda não sabia.

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Ele explica que nos primeiros anos aposentado do esporte, fez muitas reuniões, almoços de negócios, conheceu pessoas e se cercou “das melhores mentes”. “Eu adoro aprender”, conta.

Johnson credita a estas pessoas todo o aprendizado que teve para ter sucesso. “A pessoa que eu sou hoje se deve a muitos mentores que tive, muita gente me aconselhou”, diz ele completando que um de seus objetivos de vida é repassar estes conselhos para outros jovens.

Entre os grandes nomes do mercado, o ex-jogador disse gostar muito de Jeff Bezos. Segundo ele, o fundador da Amazon sabe “pensar fora da caixa” e tem um “mindset diferente de todas as pessoas”.

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Para Johnson, o líder de uma empresa importa tanto quanto as projeções de lucro ou o histórico de receita na hora de investir. Ele afirma que sempre estuda e acompanha as pessoas que estão por trás das companhias e que elas não só precisam ter um pensamento diferente, mas trabalharem em equipe também.

“Disciplina, foco, preparação, estratégia, tudo isso serve nos esportes e também para os negócios”, diz.

Os fracassos e os ensinamentos do HIV

Johnson foi uma das estrelas que compôs o chamado “Dream Team” dos Estados Unidos na Olimpíada de 1992, equipe formada por nomes como Larry Bird, Scottie Pippen, Charles Barkley, Karl Malone e, claro, Michael Jordan.

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E é comum ouvirmos histórias de equipes formadas por muitas estrelas e não darem certo por conta de conflitos e um ambiente ruim, mas o ex-jogador conta que neste caso, todos sabiam o papel que tinham que cumprir e que deixavam o “ego do lado de fora” na hora de jogar.

Ele conta ainda outra história de que, Michael Jordan, como melhor jogador, foi escolhido para ser capitão, mas seu comprometimento com o time era tão grande que ele recusou e colocou Magic Johnson e Larry Bird como capitães.

Diante disso, o ex-jogador diz que garantia conversas em todos os jogos com todos os jogadores, trabalhando individualmente com cada um e unindo a equipe, sem deixar que ninguém assumisse um protagonismo sozinho e tivesse chance de atrapalhar a equipe.

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Em outro ponto da entrevista, Johnson falou também sobre como trabalhar com os fracassos e como ele lida com esse tipo de situação até hoje.

“O seu adversário pode te tornar melhor”, conta ele lembrando da derrota que teve para o Boston Celtics nas finais da NBA em 1994. “Eu perdi para Larry Bird e ele me fez voltar e repensar eu mesmo e fazer uma autoavaliação e dizer: ‘eu tenho que ficar melhor'”, afirma Johnson

“Então eu trabalhei muito naquele verão para ficar melhor porque eu não joguei tão bem quanto eu queria naquela série pelo título da NBA contra Larry Bird. Então eu me reinventei. E eu era um jogador muito melhor no ano seguinte o que tornou possível ganharmos o título em 1995”, diz.

Citando ainda as experiências e aprendizados de jogar contra Michael Jordan, Johnson diz que perder faz parte da jornada e que isso deve servir de estímulo para você melhorar.

“Se você jogar tempo o bastante, você irá falhar, irá perder um jogo. Mas é como você age ao perder um jogo, voltando para a academia e ficando melhor. Toda vez que eu perdia, eu voltava para treinar e me tornava um jogador melhor”, explica.

“Eu devo muito a Larry Bird e devo muito a Michael Jordan, eles me fizeram um jogador melhor”, conclui.

Magic Johnson também marcou o esporte quando em 7 de novembro de 1991 assumiu publicamente que havia contraído o vírus HIV. Ele conta que foi uma época difícil e que conversou bastante com a família e que todos tinham dificuldades de entender o que seria da vida dele a partir daquele momento.

“Mas eu me comprometi a enfrentar a doença”, diz ele ressaltando que levou um tempo para ele aprender o que precisaria fazer para conseguir viver bastante e que procurou um médico para entender.

Johnson conta que desde então se tornou uma pessoa ainda mais disciplinada, tomando o remédio na hora certa e cuidando da saúde fazendo exercícios diariamente para conseguir viver bem mesmo com a doença. “Eu queria cuidar da minha família, ver meus filhos crescerem”, afirma.

O segredo, segundo ele, é ter uma atitude positiva, mesmo com estas dificuldades. Desde então, Johnson criou projetos sociais para ajudar psicologicamente e financeiramente pessoas pobres que não têm como tratar o HIV e outras doenças graves.

“Não só com o HIV, mas qualquer coisa, é preciso ter uma atitude positiva […] Eu motivo as pessoas a serem assim. Eu amo a vida, eu amo viver”, completa.

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