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SÃO PAULO – Morreu na tarde deste sábado (19) Roger Agnelli, ex-presidente da Vale (VALE3, VALE5). O empresário, de 56 anos, estava no monomotor que caiu em uma casa na Zona Norte de São Paulo, próximo da região do Campo de Marte. Junto com Agnelli, estavam a mulher Andréia, dois filhos – João e Ana Carolina -, a nora e o genro. Todos eles, inclusive o piloto, morreram no acidente.
O avião saiu do hangar da Infraero por volta das 15h20 (horário de Brasília) e tinha destino o Aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O acidente aconteceu cerca de 3 minutos após a decolagem. O monomotor, de PRZRA, estava registrado em nome de Agnelli. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, que ouviu pessoas próximas à família, Agnelli estava indo ao Rio para a festa de casamento de um sobrinho.
O avião atingiu uma casa e uma parte de um imóvel vizinho. Os cinco ocupantes foram retirados da casa com vida e sem ferimentos graves.
Na Vale, ascensão meteórica e conflitos políticos
Presidente da Vale entre 2001 e 2011, Agnelli foi o responsável por coordenar a reviravolta na empresa. Durante sua gestão, a empresa saltou de oitava maior mineradora do mundo para segunda, e o lucro da companhia foi de R$ 3 bilhões para R$ 30 bilhões no mesmo período.
Sempre com um perfil muito agressivo de negociação, o paulistano formado em economia na FAAP começou sua carreira em 1981 como analista de investimentos do Bradesco (BBDC4). Em 1998, aos 38 anos, tornou-se o diretor executivo mais jovem do banco. Deixou a instituição em 2000 para assumir a presidência da Bradespar (BRAP4), holding de investimentos do Bradesco e que atualmente possui quase toda a sua carteira aplicada em ações da Vale – foi onde Agnelli teve seu primeiro contato com a empresa.
Roger Agnelli deixou a presidência da Vale em 2011, sendo substituído por Murilo Ferreira. Sua saída, no entanto, foi muito conturbada devido à interferência política na decisão tomada pela companhia. Na época, Agnelli foi muito criticado pelo governo por realizar demissões por conta da crise, deixando integrantes do PT enfurecidos com sua atitude. Sua saída da Vale foi – e ainda é – vista por muitos investidores como um caso claro de ingerência política, o que deixou as ações da mineradora brasileira um nível abaixo de suas concorrentes internacionais.