Ex-CEO da Americanas chega para depor na CVM

A inconsistência contábil foi tornada pública por Sérgio Rial, executivo que sucedeu Gutierrez no cargo, mas se demitiu após nove dias

Estadão Conteúdo

Logotipo da CVM. Foto: Divulgação
Logotipo da CVM. Foto: Divulgação

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Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez chegou na manhã desta quinta-feira, 16, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no centro do Rio, para dar um aguardado depoimento, que deve ampliar a compreensão sobre a sistemática de operações que levou a varejista a um rombo contábil de R$ 20 bilhões, informado em janeiro.

A inconsistência contábil foi tornada pública por Sérgio Rial, executivo que sucedeu Gutierrez no cargo, mas se demitiu após nove dias.

Gutierrez deve abordar a anotação, na coluna financeira, das dívidas, que têm características de débitos comerciais, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Gutierrez, que saiu da Americanas em dezembro, conforme plano previsto desde 2019 em plano de sucessão, é o maior acionista individual da companhia depois dos três acionistas de referência.

Morador do Rio de Janeiro, permaneceu no Brasil nos últimos meses, com postura discreta.

O executivo teria sido surpreendido pelo fato relevante de 11 de janeiro, quando Rial renunciou ao cargo e informou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. O executivo, afirmam interlocutores, ainda busca entender o processo que levou à crise atual. No mercado, seu depoimento é visto como o “elo perdido” no enredo que levou à recuperação judicial de uma das mais conhecidas empresas do País.

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A Americanas está no centro das atenções desde a revelação sobre as inconsistências. A seguir, surgiu a informação de que os débitos se referiam a contratos de forfait (risco sacado), pelo qual a companhia toma crédito junto aos bancos, que recebem direto dos fornecedores.

Desde então, a varejista conseguiu entrar em recuperação judicial. A relação com os bancos, porém, tem sido conturbada. As instituições pediram que acionistas e lideranças ficassem impedidos de vender seus bens, a queda do sigilo do processo e a quebra do sigilo dos e-mails da diretoria da varejista, entre outras medidas, que a varejista respondeu judicialmente.