EUA expandem uso de plasma contra Covid antes do fim dos testes

“É uma terapia poderosa”, disse Trump durante entrevista coletiva na Casa Branca. “A ação de hoje ampliará drasticamente o acesso a esse tratamento”

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(Getty Images)
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(Bloomberg) — O presidente americano, Donald Trump, anunciou que um tratamento do coronavírus que envolve plasma sanguíneo doado por pessoas recuperadas da Covid-19 será expandido para mais doentes, ampliando o acesso a uma terapia promissora antes mesmo dos pesquisadores entenderem completamente o quanto funciona.

“É uma terapia poderosa”, disse Trump durante entrevista coletiva na Casa Branca. “A ação de hoje ampliará drasticamente o acesso a esse tratamento.”

A agência do governo americano que regula alimentos e medicamentos (conhecida pela sigla FDA) confirmou no domingo que liberou o uso do chamado plasma convalescente em determinados pacientes. A mudança facilita a aplicação do tratamento, embora os estudos para provar seus benefícios ainda não tenham sido concluídos. A Bloomberg News informou anteriormente que o anúncio seria feito em breve.

No sábado, Trump acusou reguladores de agir lentamente para tentar diminuir suas chances de reeleição. Em seguida, ele disse que o FDA concluiu que o tratamento é “seguro” e “muito eficaz.”

O tratamento ainda não foi submetido à série completa de testes geralmente exigidos para liberação de medicamentos pela agência.

Segundo representantes do alto escalão do governo Trump, mesmo sem a conclusão dos testes, havia justificativa robusta para permitir que mais pessoas recebam plasma convalescente.

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O governo pediu que indivíduos recuperados da doença doem plasma. A infusão de anticorpos de outras pessoas tem sido usada para tratar infecções em epidemias virais há cerca de um século.

“O plasma convalescente foi um método terapêutico testado e comprovado em surtos anteriores”, disse Alex Azar, responsável pela Secretaria de Saúde Humana, durante a entrevista coletiva.

As autoridades informaram que dados coletados de um grande número de pacientes que tiveram esse tratamento por meio de um programa administrado pela Mayo Clinic proporcionaram uma justificativa convincente para a liberação. O comissário da FDA, Stephen Hahn, disse que os pesquisadores observaram melhora de 35% na sobrevida dos pacientes tratados com plasma convalescente.

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“No desenvolvimento de medicamentos, nós sonhamos com algo que reduza a mortalidade em 35%”, disse Azar. “Esse é um grande avanço no tratamento de pacientes.”

Os comentários exageraram os resultados reais. De fato, pacientes tratados com plasma contendo os níveis mais altos de anticorpos demonstraram 35% mais probabilidade de sobreviver do que aqueles que receberam plasma com níveis mais baixos de anticorpos.

Ainda não se sabe se pacientes tratados com plasma têm menos probabilidade de morrer do que quem não recebe nada da substância.

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Mas a liberação adiciona mais uma opção à lista crescente de tratamentos disponíveis para os médicos combaterem a Covid-19. Em maio, a FDA concedeu autorização emergencial para o medicamento antiviral remdesivir, da Gilead Sciences. Um esteroide mais antigo, dexametasona, vem sendo amplamente prescrito para combater o vírus.