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SÃO PAULO – Um estudo divulgado com exclusividade na Expert XP 2020 revela como profissionais do mercado financeiro se informam para tomar decisões no País. A principal conclusão do levantamento é que os sites de notícia e as redes sociais têm uma influência muito maior sobre esses profissionais no Brasil do que em outros países, segundo Dan Connel, diretor da Greenwich Associates e responsável pelo estudo.
“Quando fazemos grandes estudos globais, como este, sempre temos uma expectativa sobre o que virá. Mas eu fiquei bastante surpreso com os resultados do Brasil porque os sites e redes sociais têm uma importância muito maior para os consultores financeiros do que no resto do mundo, onde plataformas mais tradicionais, como terminais de informação, têm mais peso”, afirmou Connel.
A pesquisa “Comportamento e Consumo de Conteúdo por Investidores & Consultores Financeiros” foi encomendada pelo LinkedIn à Greenwich Associates, consultoria especializada em dados sobre serviços financeiros.
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Os dados foram apresentados por Connel, e Ana Moises, diretora de vendas e soluções de marketing do LinkedIn para América Latina, durante um painel da Expert nesta quinta-feira (16). Eles explicaram que se trata de uma pesquisa qualitativa, feita com 75 profissionais que atuam no mercado financeiro no Brasil, como consultores financeiros, assessores de investimento e corretores.
Diferentemente de uma pesquisa quantitativa, que tenta captar tendências a partir de uma amostra maior de entrevistados, a análise qualitativa busca mensurar particularidades sobre um tema ao aprofundar em experiências individuais.
Hábitos de consumo dos assessores
O levantamento mostra que as mídias sociais são um ponto crucial no processo de pesquisa de um consultor financeiro. O maior benefício, para 61% deles, é a possibilidade de descobrir novas informações sobre finanças. A segunda maior vantagem, apontada por 56%, é o aprofundamento sobre esses assuntos. Outros 39% disseram que as pesquisas em redes sociais são fundamentais para sua tomada de decisão.
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Segundo o estudo, o uso intenso das redes sociais é uma constante entre os consultores financeiros, seja para prospectar novos clientes, expor seu trabalho, conhecer novos produtos de investimento ou manter-se antenado às mudanças do mercado. Porém, fica claro que as redes sociais não são a única fonte de pesquisa.
“Fontes de mídia tradicionais aprimoram as funções de procurar, informar e aprender, no entanto, as redes sociais se destacam na parte de conectar e compartilhar conteúdo com clientes e com a comunidade de consultores no geral”, explica Connel.
O que influencia as tomadas de decisão
Como mostra o estudo, o consultor financeiro brasileiro ainda considera as notícias de sites e jornais da grande mídia como as mais importantes fontes de informação para suas tomadas de decisão sobre o mercado.
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“Assim como percebemos nas pesquisas de outros países, as influencias dos jornais especializados e dos terminais de informações sobre o mercado, como a Bloomberg, ainda são fundamentais. Mas, um pouco diferente do que vimos no restante do mundo, no Brasil, percebemos que a relevância de publicações sobre negócios e comércio e os recursos presente nas redes sociais é um fator determinante nas tomadas de decisão por parte dos consultores financeiros”, argumenta Connel.
“Do ponto de vista do assessor, as mídias sociais são uma alternativa muito atrativa para ele estar presente e ativo na sua comunidade”, diz Connel.
O estudo também revela quais são os sites de finanças mais confiáveis, segundo os profissionais do mercado. Citado por 31% dos entrevistados, o InfoMoney ficou no primeiro lugar entre os veículos brasileiros.
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Ainda segundo o estudo, as redes sociais e a publicidade online possuem uma importância crucial no acesso do assessor financeiro a novos clientes. Porém, esse número no Brasil é ainda mais relevante.
Connel explicou que globalmente a maior parte dos novos clientes surge a partir de indicações, como amigos que indicam o assessor para o seu ciclo social, por exemplo. Isso também é observado no Brasil, mas em uma escala menor. Aqui, 27% dos consultores financeiros entrevistados afirmam que as referências são sua fonte primária de novos clientes. Nos EUA, o percentual sobe para 80%.
Para Connel, essa diferença evidencia a relevância das redes sociais na captação de novos clientes para o consultor financeiro brasileiro: para 24% dos entrevistados os novos clientes vêm principalmente das redes sociais. Para outros 20%, publicidade online é a melhor maneira de se encontrar novos clientes no mercado.
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“Como essas duas mídias estão muito conectadas [redes sociais e publicidade online], elas são uma categoria enorme e um dado muito importante para a comunidade dos consultores brasileiros no Brasil em termos de gerar novos negócios e conseguir novos clientes”, salienta Connel.
Connel demonstra ainda outro ponto importante das redes sociais para os negócios do assessor de investimento brasileiro. Para uma gigante parcela de 87% dos consultores entrevistados, o uso das redes sociais está impulsionando seus negócios.
“Eu diria que o que mais me surpreendeu no estudo foi a importância das mídias sociais para o trabalho do assessor e a própria presença desse consultor nesse tipo de mídia. E a diferença entre Brasil e o restante no mundo nesse aspecto é relevante”, argumenta.
“É um ponto que todos devem prestar atenção. A importância dos indivíduos e dos seus conteúdos nas redes para o fortalecimento da comunidade de consultores de investimentos. Ficou mais que claro que as mídias sociais são um ponto chave para a marca e para o trabalho dos assessores de investimento no Brasil”, conclui.
ETFs
A pesquisa também revela quais são os critérios mais levados em consideração pelos consultores ao escolher um fundo de investimento ou ETF, fundo que replica um determinado índice de mercado.
O histórico de resultados do fundo é o fator mais importante para a decisão, citado por 57% dos entrevistados. As taxas aparecem como o segundo critério mais relevante (37%), seguidas pela relação do consultor com a gestora do fundo (36%).
O levantamento também revela uma tendência de movimentação de recursos de fundos de investimentos para ETFs: 29% dos profissionais relataram que seus clientes estão fazendo essa migração, tendência ainda mais forte no resto do mundo, já que na média global 40% estão fazendo esse movimento.
“Há uma expectativa de que essa saída de recursos de fundos para ETFs aumente ainda mais no Brasil, já que essa tendência está se intensificando no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 44% dos consultores disseram que os clientes estão fazendo a migração para os ETFs”, disse o diretor da Greenwich.
Além do impacto das redes sociais, outro ponto da pesquisa no qual os resultados do Brasil se diferenciaram do resto do mundo foi em relação à importância dos gestores de fundos para os clientes. A pequisa mostrou que 31% dos clientes no Brasil pedem informações específicas sobre alguma gestora de fundos ou algum gestor com frequência.
“Nos Estados Unidos, só 6% pedem informações sobre algum gestor especificamente. No Brasil o investidor individual conhece as marcas e sabe quem são os gestores. Nós sabíamos que havia uma influência do gestor sobre a decisão, mas ficamos surpresos de ver que no Brasil as gestoras são incrivelmente influentes”, avaliou Connel.
Ainda sobre esse tópico, os consultores responderam que 83% dos seus clientes são mais suscetíveis a aceitar uma recomendação quando eles conhecem a marca ou o gestor do fundo.
LinkedIn ganha importância entre redes sociais
Ao reforçar a importância das redes sociais para a conexão do assessor de investimento com clientes, a pesquisa deixa claro que a relevância do seu trabalho também não deve deixar de aparecer nesse tipo de mídia.
E durante o painel da Expert, a diretora de marketing do LinkedIn, Ana Moises, citou alguns dados que mostram a relevância específica do LinkedIn para o assessor de investimento, tanto para criar conexões, quanto engajamento. Segundo dados da plataforma, há mais de 630 mil líderes de opinião sobre o assunto de finanças e cerca de 380 mil consultores financeiros na rede.
Dentre os entrevistados brasileiros, 52% afirmaram usar o LinkedIn para manter contato com novos clientes e se informar sobre possíveis novas conexões.
“A visão do LinkedIn como rede social pode ser resumida na ideia de criar oportunidades econômicas para toda a força de trabalho do mundo. O LinkedIn tenta antecipar o que será ensinado no futuro. Estamos ajudamos a economia a rodar e criar oportunidades para todos”, explica Ana Moises.
Ainda que tenha surgido como uma plataforma de busca de vagas, os dados mostram que o LinkedIn também tem se consolidado como plataforma de notícias focadas no mercado corporativo e em conteúdos de finanças. Segundo a pesquisa, a rede social tem 43 milhões de usuários por mês no Brasil e hoje já tem 15 vezes mais consumo de conteúdo do que de vagas.