“Estamos com caixa sólido para enfrentar a crise”, diz CEO da Via Varejo

Segundo Fulcherberguer, a empresa descontou recebíveis e pegou linhas de crédito para enfrentas crise provocada pelo coronavírus

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – Com suas mais de mil lojas fechadas e no meio de um processo turnaround, a Via Varejo (VVAR3) é uma das empresas de setor mais afetadas pela crise atual. Mas o CEO da companhia, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio e do site Extra.com, afirma que a empresa não está parada e que o processo de reestruturação continua avançando.

“Colocamos os nossos vendedores das lojas físicas para vender em uma plataforma online. Eles estão atendendo uma base de dados que temos com mais de 80 milhões de clientes”, afirmou Roberto Fulcherberguer ao citar uma das medidas adotadas pela empresa diante do coronavírus em entrevista ao InfoMoney. Veja a conversa completa no player acima.

A plataforma possui 7,5 mil vendedores e já representa 20% de toda a venda online da Via Varejo. “Ainda temos mais 13 mil vendedores para colocar nesse módulo. No dia que fechamos nossas lojas, perdemos 70% do nosso faturamento. Hoje, estamos perdendo 48% do nosso faturamento. Tivemos um salto gigantesco no online”, diz Fulcherberguer.

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Preservação de caixa

Uma das grandes preocupações das empresas neste momento é com a preservação do caixa. Nos últimos dados disponibilizados, referentes a dezembro de 2019, a Via Varejo divulgou uma posição de caixa de R$ 4,36 bilhões. Deste montante, R$ 1,36 bilhões estavam em caixa, enquanto o restante correspondia a recebíveis.

Segundo Fulcherberguer, ainda em março  — pouco antes de fechar todas as lojas, a empresa tomou a decisão de descontar seus recebíveis e pegar todas as linhas de crédito disponíveis com bancos.

“Sabíamos que poderia haver um estrangulamento do crédito com o aprofundamento da crise”, afirma o executivo.

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Em relação à dívida com bancos com vencimento previsto para este ano (segundo balanço do fim de 2019 somavam R$ 2,15 bilhões), o CEO da empresa afirma que os pagamentos foram postergados por no mínimo seis meses.

“Também estamos renegociando os aluguéis das lojas”, completa.

As melhorias do e-commerce

O único canal de venda da empresa no momento segue crescendo e ganhando marketshare, garante Fulcherberger.

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“Tínhamos 1,5 milhões de usuários ativos quando assumimos a empresa, em junho. Fechamos o ano com 6 milhões.
Estamos hoje com mais de 8 milhões de usuários ativos. Com esse ritmo de crescimento, faremos o que normalmente se faz em três anos até o final desse ano”, diz.

Por conta da crise, a empresa suspendeu todos os seus investimentos projetados para este ano. A exceção são os R$ 300 milhões destinados à parte de tecnologia.

Grande parte está indo para o e-commerce, já que a companhia está melhorando o seu marketplace. “O nosso marketplace não está do jeito que gostaríamos, ainda tem muita melhoria que virá entre junho e julho, principalmente na entrada de novos sellers”, explica.

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Até o fim do ano a empresa espera poder oferecer serviço logístico para os vendedores do marketplace. Outro objetivo é criar uma integração para que os mais de 20 mil vendedores das lojas físicas também possam fazer a venda dos produtos do marketplace. Para saber mais detalhes, confira a entrevista completa no player acima.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.