Entenda por que a subscrição tem pressionado as cotações das ações da Petrobras

Para o investidor, quanto menor estiver o valor do papel, melhor será para ele no momento de aquisição das novas ações

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (16), as ações da Petrobras (PETR3, PETR4) registraram novamente variação negativa no pregão na BM&F Bovespa. Apenas em 2010, os papéis preferenciais da empresa acumulam perdas de 26,56%, enquanto os ativos ordinários da companhia somam queda de 26,65%.

Antecipando o que promete ser a maior oferta de ações da história, com captação podendo superar os R$ 120 bilhões, a performance negativa auferida pelos papéis da estatal reflete em partes o fato de que, na subscrição das ações, quanto menor estiver o valor do papel, melhor será para o investidor no momento de aquisição das novas ações da companhia.

Isso por que, em um processo de subscrição, os acionistas têm direito de preferência na compra das novas ações. Na oferta da Petrobras, os acionistas que tivessem ações ordinárias na primeira data de corte terão direito de subscrever 0,342822790 ação ordinária para cada papel detido na segunda data de corte. Os detentores de ações preferenciais no primeiro corte terão direito de subscrever a mesma proporção de 0,342822790 papel preferencial para cada ação do tipo detida na segunda data de corte. O arredondamento será feito para o maior número inteiro de ações.

Assim, analistas de mercado têm constantemente citado que o mercado tem pressionado o preço das ações da estatal para pagar um menor preço por esta parcela de ações subscritas.

Em números
O investidor que no dia do primeiro corte (10 de setembro) detinha em custódia um lote de cem ações ordinárias da Petrobras e mantivesse este número inalterado na segunda data de corte (17 de setembro), terá direito a subscrever 35 ações ordinárias (maior número inteiro acima de 34,2822790). Tomando o mesmo exemplo, mas analisando a posição em ações preferenciais, o direito de subscrição deste acionista na oferta é também de 35 papéis PN (o fator de subscrição é o mesmo para as ações ON e PN).

Pelos preços do último fechamento, estas 35 ações ordinárias e preferenciais custariam, respectivamente, R$ 1.048,95 e R$ 922,60. No último dia 3, quando a Petrobras anunciou ao mercados os termos da oferta, as mesmas 35 ações ON e PN custavam R$ 1.144,85 e $ 1.008,00.

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Ou seja, o mercado tem pressionado estas ações no sentido da queda dos preços, para a proporção de ações que possam ser subscritas na oferta saia o mais em conta possível. A título de comparação, ao final de 2009 35 ações ON e PN da Petrobras custavam bem mais do que hoje: R$ 1.430,10 e R$ 1.256,50.

Vale lembrar que os preços das ações e dos ADSs (American Depositary Shares) que estão sendo ofertados serão fixados após a conclusão do procedimento de bookbuilding, prevista para a próxima quinta-feira, dia 23 de setembro.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.