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É difícil prever o futuro da inteligência artificial (IA) porque este é um campo em rápida evolução e com muitas aplicações potenciais. Mas é provável que a IA continue a ser integrada a uma variedade de indústrias e tecnologias, levando potencialmente a mudanças significativas na forma como vivemos e trabalhamos.
Algumas áreas potenciais em que a IA pode ter um impacto significativo no futuro incluem:
Cuidados de saúde: a IA pode ser usada para analisar imagens médicas, auxiliar no diagnóstico e fornecer recomendações de tratamento personalizadas.
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Transporte: a IA pode ser usada para melhorar a segurança e a eficiência dos veículos autônomos.
Educação: a IA pode ser usada para personalizar o aprendizado e fornecer suporte individualizado aos alunos.
Varejo: a IA pode ser usada para melhorar a experiência do cliente, fornecendo recomendações personalizadas e automatizando tarefas como gerenciamento de estoque.
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Manufatura: a IA pode ser usada para otimizar os processos de produção e melhorar a eficiência das cadeias de suprimentos.
No geral, é provável que a IA continue a ser integrada a uma variedade de indústrias e tecnologias, potencialmente levando a mudanças significativas na forma como vivemos e trabalhamos.
O texto acima é um exemplo do que faz o ChatGPT, uma aplicação de inteligência artificial generativa – segmento da geração de conteúdo – que simula a conversa humana por meio de mensagens de texto. As 189 palavras que abriram esta reportagem foram organizadas por essa tecnologia.
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Nas últimas semanas, o ChatGPT ficou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. O sucesso do programa foi tão grande que, em alguns dias após o lançamento oficial, passou de um milhão de usuários, marca que muitos apps levam anos para alcançar. Isso se deu em razão do seu banco de dados, que o torna capaz de responder as perguntas mais variadas sobre diversos assuntos.
Como foi criado e quem financia
O ChatGPT foi criado pela OpenAi, uma organização sem fins lucrativos, que desenvolve pesquisas na área de inteligência artificial. A empresa foi fundada em 2015 por um grupo de empresários, pesquisadores e filantropos, incluindo Elon Musk, Sam Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever e Wojciech Zaremba, com o objetivo de desenvolver a inteligência artificial de maneira responsável.
De acordo com o próprio ChatGPT, a OpenAI é financiada por meio de uma combinação de fontes, incluindo subsídios, patrocínios e doações. A empresa recebeu financiamento de várias fontes, incluindo as organizações filantrópicas Open Philanthropy Project e Thiel Foundation, além de empresas como Microsoft e Infosys.
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Além disso, a OpenAI recebeu financiamento de doadores individuais, incluindo seus fundadores e outras figuras proeminentes da indústria de tecnologia. Foi a organização quem divulgou, também recentemente, o software Dall-E 2 capaz de criar imagens a partir de descrições textuais.
Conforme destaca Daniel Callegari, coordenador do curso de inteligência artificial da PUC-RS, esses sistemas são criados a partir de dados coletados na própria internet. Os desenvolvedores fazem recorte de data -no caso do chat até 2021- e, mesmo assim, são bilhões de informações que formam o banco de dados dessas ferramentas.
O especialista lembra que o uso de robôs de textos certamente não é uma novidade no mundo da tecnologia, haja vista os próprios chatbots do WhatsApp que conversam com os usuários de forma independente. No entanto, o diferencial do ChatGPT está na maneira como ele interage de forma não programada, sem textos pré-prontos.
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“É um modelo de linguagem que pode fazer muito mais que os outros, porque gera o texto sem precisar de templates”, explica. “O sistema consegue, inclusive, personalizar a fala a partir do perfil de quem está usando. Então ele produz textos ou até resume. É realmente um grande marco na área da inteligência artificial para textos”.
Como ele pode ser usado nos negócios
Para além do entretenimento, aplicativos como o ChatGPT devem se proliferar nos próximos anos, com propostas cada vez mais assertivas. Por enquanto, esse tipo de tecnologia é disponibilizada gratuitamente ao público em geral, mas é bem provável que elas se tornem um modelo de negócios de grandes companhias pelo mundo.
Prova disso são os investimentos recorrentes que soluções desta área têm ganhado nos últimos anos. Dados do PitchBook mostram que o investimento de capital de risco em IA generativa cresceu na faixa de 400% desde 2020, alcançando US$ 2,1 bilhões neste ano.
O próprio Google informou que está investindo nessa área por meio da sua versão, denominada CALM, prometendo geração de textos em menor tempo. No mercado, fala-se muito também sobre outras soluções segmentadas que já estão em uso por startups da área de saúde, por exemplo.
Para Daniel Reed, professor de Data Science da Saint Paul Escola de Negócios, sistemas como esse estarão em uma ampla variedade de tarefas que exigem compreensão e análise da linguagem natural. Em sua visão, áreas como atendimento ao cliente, geração de conteúdo, tradução e análise de sentimento sofrerão cada vez mais mudanças com essas descobertas.
“O ChatGPT é o que mais se aproxima da interação humana, sendo capaz de dar conselhos amorosos, contar piadas ou analisar instrumentos complexos do mercado financeiro. O grande diferencial é que se trata de uma ferramenta de consulta e de criação de conteúdo, permitindo que novos negócios possam até ser implementados”, define.
Já Callegari, da PUCRS, destaca que uma aplicação também possível seria na área publicitária, onde a máquina criaria um anúncio personalizado para o consumidor, com base nos dados de cada pessoa. “Imagine que ele conhece o usuário pelos interesses e pelo histórico de interação. Então geraria um texto, postagem e até descrição de produtos destinados àquele perfil específico”, afirma.
Surge, ainda, a possibilidade de integrar essa inovação com outras do mercado, como o metaverso. Nesse caso, os especialistas dizem que ainda é impossível prever no que daria a combinação das tecnologias, mas que é inevitável uma junção delas em alguns anos.
“A combinação dessas tecnologias poderia levar a novas formas de interação e comunicação, além de criar experiências mais imersivas e enriquecedoras para os usuários. No entanto, é importante lembrar que elas ainda estão em desenvolvimento, então é difícil prever com precisão o resultado dessa convergência”, pontua Reed.
Além do ChatGPT: conheça outros 3 aplicativos de inteligência artificial generativa
- Descript App: na era dos podcasts, o app facilita a edição de áudio por meio da transcrição. O Descript App organiza toda a conversa em blocos de textos, onde o usuários consegue excluir trechos da gravação como se estivesse mexendo em um documento do Word.
A ferramenta tem feito tanto sucesso que, no mês passado, recebeu um aporte de US$ 50 milhões em uma rodada de série C. Fundada em 2017, a já tem em seu portfólio grandes clientes de mídia, como NPR, VICE, The Washington Post e The New York Times. - Mem: lançado originalmente para ser organizador de tarefas, o app também funciona como gerador de resumo para o Twitter. O Mem sincroniza tópicos, resume texto e até sugere títulos para documentos.
Essa foi outra solução que recebeu um cheque vultoso, de US$ 23,5 milhões, vindo justamente da OpenAI em parceria com a Microsoft, e agora está avaliado em US$ 110 milhões. - Supernormal: prometendo acabar com a necessidade das atas de reuniões, o app transcreve áudio de chamadas realizadas nos principais aplicativos de videoconferência. O sistema também facilita a divisão de tópicos e edição dos textos gravados.