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O brechó virtual Enjoei (ENJU3) é a empresa a entrar mais recentemente na onda de demissões e ajustes que inundou o setor de tecnologia.
Na mesma semana em que o PagSeguro realizou um corte de 500 pessoas e o Google anunciou que vai demitir 12 mil pessoas no mundo, o Enjoei dispensa parte dos funcionários.
Segundo apuração do InfoMoney, 31 funcionários foram demitidos nesta sexta-feira (20). Houve também interrupção de contratos com colaboradores que atuavam no regime de pessoa jurídica.
Fontes afirmaram à reportagem que, em razão do clima interno da companhia, já esperavam que pudesse acontecer algum corte de funcionários. Disseram, ainda, que, embora o processo tenha sido “tranquilo”, a empresa não ofereceu nenhum pacote de benefícios adicional -diferente de outras empresas que demitiram nos últimos meses.
“Eu já passei por processos traumatizantes, mas na Enjoei foi mais tranquilo. Meu gestor entrou em contato, junto com outra pessoa do jurídico, e tivemos uma conversa tranquila. Depois eu recebi um e-mail do RH com informações sobre o desligamento”, disse a fonte. “Como eu tinha me preparado previamente, foi fácil, mas algumas pessoas me ligaram chorando dizendo não acreditar”.
Em nota, o Enjoei confirmou a dispensa, destacando que o processo ocorre para se alinhar os desafios e projetos para os próximos anos. A companhia também afirmou que o “arranjo” vai permitir a priorização de determinados projetos de curto e médio prazo, em detrimento de ou outros que serão apreciados mais a frente.
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“Seguimos comprometidos em oferecer a melhor solução de consumo colaborativo para nossos dois milhões de compradores e vendedores e o mais efetivo resultado para nossos acionistas, parceiros e, claro, nossos colaboradores, sem os quais não teríamos chegado até aqui. Agradecemos a contribuição de cada um que nos deixa hoje, para os quais estamos prestando todo suporte e apoio”, pontuou.
O Enjoei é uma empresa de comércio eletrônico, listada na bolsa de valores desde 2020, quando fez um IPO que levantou mais de R$ 1,1 bilhão. Na época, as ações da companhia foram definidas a R$ 10,25 cada, no piso da faixa indicativa, e o ativo avaliado em R$ 2 bilhões.
Passados pouco mais de dois anos, os papeis ENJU3 acumulam queda superior a 80%, e fecharam o pregão desta sexta (20) cotados a R$ 1,02.
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Começo da empresa
Em março de 2021, Ana Luiza McLaren e Tiê Lima participaram do Do Zero Ao Topo, podcast de empreendedorismo do InfoMoney, e contaram como foi a criação do Enjoei. Inicialmente, o projeto era de um blog que permitia que as pessoas comprassem e vendessem roupas usadas, ainda em 2009.
“Um dia eu estava em um offsite do Google [companhia na qual Ana trabalhava] quando o Tiê me ligou dizendo que iria pedir demissão para transformar o Enjoei em um negócio. Eu achei que ele fosse sair do emprego três meses depois, mas cheguei em casa e ele já estava lá”, destacou Ana Luiza relembrando como o blog se transformou em um site.
Depois que o projeto foi tomando forma, os idealizadores conseguiram atrair alguns investidores, em razão da possibilidade de ser um marketplace. Na lista, estavam o fundo brasileiro Monashees e o americano Bessemer, a gestora carioca Dynamo, além do grupo de mídia Globo.
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O episódio de número 79 pode ser conferido no Youtube (vídeo abaixo), ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país.