Em meio à reestruturação, margem da Hypermarcas deve recuar no 4º trimestre

Analistas estimam queda de 38,4% para o Ebitda; lucro líquido deve ser beneficiado pelas vendas de ativos no período

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao processo de reestruturação da Hypermarcas (HYPE3), o Banco Fator Corretora, BTG Pactual e a Ágora Corretora esperam uma queda significativa no Ebitda (geração operacional de caixa) na comparação anual. O foco maior continua na queda das margens de rentabilidade da companhia, que também devem sofrer diminuição no período. 

Para os analistas Alexandre Muller, Thomas Tenyi e Matheus Chermauth, do BTG Pactual, a empresa enfrenta uma fase crucial de integração, marcado por uma política comercial mais estrita, queda nas vendas e perda da margem bruta. Embora a previsão deles seja de boas notícias sobre a situação de crédito da Hypermarcas, eles não acreditam que esses fatores sejam suficientes para impulsionar as ações da companhia.

Queda nas margens e na receita
O analista da Ágora Corretora, José Francisco Ferreira, espera uma redução na receita líquida da companhia por conta dos estoques elevados na cadeia de distribuição. Além disso, a queda na velocidade de vendas do setor da farmácia e a perda de participação no mercado financeiro também devem trazer efeitos negativos.

Já Iago Whately e Gabriel de Gaetano, analistas do Banco Fator Corretora, também esperam queda na receita no trimestre, em função da forte base de comparação anaual no segmento de consumo, além da continuidade do processo de desescotagem no segmento farmacêutico.

O time do BTG também não espera ver recuperação nas margens e nas vendas da Hypermarcas no quarto trimestre. Muller, Tenyi e Chermauth, destacam que o guidance da empresa para 2011 foi rebaixado por três vezes no ano.

Luz no fim do túnel?
Os analistas do BTG, no entanto, ponderam que o período deve marcar o fim do impacto da integração das compras realizadas pela companhia. Além disso, ele representa o fim da política comercial da companhia, sendo o último com quedas nas vendas, afirmam.

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No lado positivo, Whately e Gaetano, da Fator, esperam um lucro líquido caixa de R$ 105 milhões, representando queda de 35% na base anual. Para os analistas, o lucro contou com o impacto positivo do resultado da venda dos ativos de higiene e limpeza.

Confira a prévia da Hypermarcas para o quarto trimestre de 2011:

(em R$ milhões) 4T11E* 3T11 4T10 4T11E/3T11 4T11E/4T10 
Receita Líquida 904 908 943

-0,44%

-4,14%
Ebitda** 138 138 224 0,0% -38,39%
Margem Ebitda**

14,2%

15,2% 23,7% – 1 p.p. -9,5 p.p.
Lucro Líquido  126 30 165 +320% -23,64%

 * Projeções da Ágora e do Banco Fator Corretora
**Projeções da Banco Fator Corretora

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.