Elon Musk perde US$ 200 bilhões em 2022, mas se mantém como o 2º homem mais rico do mundo

Desvalorização da Tesla, compra do Twitter e aperto monetário global ajudam a explicar derrocada de um dos homens mais ricos do planeta

Equipe InfoMoney

Elon Musk (Foto: REUTERS/Adrees Latif)
Elon Musk (Foto: REUTERS/Adrees Latif)

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Elon Musk viveu os altos e baixos de 2022 de maneira proporcional ao tamanho de sua fortuna.

De homem mais rico do mundo, com US$ 340 bilhões de patrimônio em novembro de 2021, hoje o dono da Tesla (TSLA), SpaceX e do Twitter possui US$ 137 bilhões – o que ainda lhe confere o posto de segundo mais rico do planeta. Os dados são do ranking diário de bilionários da Bloomberg, e a atualização é feita sempre após o fechamento da Bolsa de Nova York.

Vale destacar que atualmente o homem mais rico do mundo é o francês Bernard Arnault, controlador da Louis Vuitton, com US$ 162 bilhões de fortuna. Em um contexto de mercado, a ascensão do empresário da moda faz sentido, uma vez que suas marcas de luxos são mais resilientes ao cenário de recessão e inflação que o mundo vive desde a segunda metade de 2021.

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No caso de Musk, o cenário de aperto macroeconômico, piorado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, ajuda a explicar parte da derrocada do patrimônio. Outra tem a ver com a controversa operação de compra do Twitter, que acabou arrastando para o imbróglio a Tesla, uma das joias da coroa do bilionário.

Tesla desvaloriza quase US$ 900 bilhões

A Tesla encerrou o ano com suas ações recuando 70%, passando do pico de US$ 402,67 por papel para US$ 123,18 na sexta-feira (30), no último pregão de 2022. O valor de mercado da companhia recuou de US$ 1,27 trilhão para US$ 388,98 bilhões na mesma comparação, o que representa uma perda de US$ 882,5 bilhões no período. Nesta terça-feira (3), primeiro pregão do ano nos Estados Unidos, a ação apresenta forte recuo, valendo cerca de US$ 108 durante as negociações, jogando o market cap para algo próximo a US$ 340 bilhões.

A desaceleração da economia global e a menor demanda do mercado chinês pelos veículos elétricos da Tesla foram alguns dos fundamentos que jogaram contra o papel. A guerra entre Rússia e Ucrânia também vem atrasando as iniciativas com foco na transição energética – tese que alavanca o negócio da companhia – diante da dificuldade de abastecimento de energia que a Europa enfrenta em função do conflito.

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Desvalorização atinge compra do Twitter

Sob este cenário de forte desvalorização da Tesla, a agência Dow Jones Newswires reportou na semana passada que Elon Musk sofreu a primeira “chamada de margem” dos bancos que financiaram parte dos US$ 44 bilhões pagos pelo Twitter.

Isso porque Musk utilizou parte de sua posição acionária na Tesla para obter um empréstimo de US$ 12,5 bilhões. A compra da rede social também causou ruído às ações da montadora – desde o início das negociações os papéis desvalorizaram cerca de 60%.

Na negociação com os bancos, Elon Musk precisou deixar US$ 62,5 bilhões em garantias para obter o empréstimo. Na relação de troca, significa que as instituições liberaram 20% do que foi penhorado, mas, se essa relação sobe para 35%, os bancos pedem mais garantias para manter o empréstimo.

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Segundo a reportagem, não é possível afirmar o meio que o bilionário fez para cobrir as garantias, mas recentemente ele vendeu US$ 4 bilhões em ações da Tesla. Após a divulgação da venda, Musk afirmou que não faria desinvestimentos do tipo no médio prazo.

Elon Musk possui cerca de 423,6 milhões de ações da Tesla e cerca de 267 milhões estão penhoradas com os bancos.

SpaceX pode reverter cenário

Se Twitter e Tesla não estão ajudando Elon Musk, uma notícia positiva vem da SpaceX, fabricante de foguetes e satélites do bilionário. Segundo a CNBC, Musk negocia um aporte de US$ 750 milhões para a companhia junto ao fundo a16z, do investidor Andreessen Horowitz. Se a rodada for confirmada, o valuation da SpaceX ficaria em torno de US$ 137 bilhões.

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Em 2022, a companhia levantou pouco mais de R$ 2 bilhões em duas rodadas. Também abriu uma rodada de venda de ações para funcionários, em que precificava o papel em US$ 77 cada.