Dona da Herman Miller (MLHR) reforça Brasil como ‘hub’ para a América do Sul 

MillerKnoll investiu US$ 1 milhão na instalação de um centro de distribuição em São Paulo para negociar suas famosas cadeiras pelo continente

Rikardy Tooge

Cadeira Aeron, da Herman Miller: produto que é um dos ícones da marca (Divulgação)
Cadeira Aeron, da Herman Miller: produto que é um dos ícones da marca (Divulgação)

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Conhecida pelo mobiliário de escritório, com cadeiras referência em design – e em preço alto –, a Herman Miller (MLHR) quer avançar na América do Sul, e o Brasil segue com papel fundamental nesta estratégia. Nos últimos cinco anos, a companhia americana tem feito investimentos expressivos na sua operação brasileira.

A última empreitada ocorreu no início deste mês, quando a MillerKnoll, dona da marca, inaugurou um centro de distribuição em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, depois de um investimento de US$ 1 milhão. A ideia é que o CD seja polo produtivo e fornecedor da companhia para todo o Mercosul.

Com uma área de 5,8 mil metros quadrados, a nova estrutura mais que dobrou a antiga operação da empresa no país, que desde 2013 estava no município paulista de Diadema.

“O Brasil não é uma estratégia nova para a MillerKnoll, estamos presentes no país há mais de 60 anos e, com representação própria, desde 2000. Neste período, fizemos um grande trabalho para consolidar a marca e conquistar um posicionamento forte entre os consumidores”, reforça a gerente de operações da marca no Brasil, Leila Piani.

Expandir e consolidar

A executiva diz que o aumento de estrutura será importante para alavancar as vendas em mercados como Argentina, Uruguai e Paraguai, países em que a empresa entrou com representação própria nos últimos dois anos, excluindo os intermediários das negociações.

Leila Piani, gerente de operações da MillerKnoll no Brasil: expansão firme na América do Sul (Divulgação)
Leila Piani, gerente de operações da MillerKnoll no Brasil: expansão firme na América do Sul (Divulgação)

A América do Sul ainda é um mercado pequeno diante de todo o faturamento da MillerKnoll, que registrou US$ 1,08 bilhão em vendas no trimestre encerrado em setembro. Embora a companhia não divulgue os números da região, a executiva reconhece que a operação ainda tem muito a crescer na região.

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“Nossa tática é expandir aos poucos, consolidar e avançar mais. Foi assim que fizemos no Brasil até agora e que pretendemos fazer na região. Nossos concorrentes vieram ao Brasil e desistiram, nós não. Passamos por mais de uma crise e continuamos a investir no país”, lembra Piani.

Nova tendência nos escritórios

Outra estratégia em curso para a região é ampliar a oferta de outras marcas da MillerKnoll, uma empresa que surgiu em julho de 2021 a partir da fusão da Herman Miller com a Knoll, em um negócio de US$ 1,8 bilhão. A união trouxe 19 marcas sob o guarda-chuva da nova companhia.

Neste contexto, Leila Piani avalia que é possível aumentar a presença de marcas do grupo nos escritórios do Brasil e de outros país sul-americanos. “Observamos que após a pandemia muitas empresas estão tentando tornar o ambiente mais amigável e colaborativo, e nós temos produtos de design que atendem essa demanda”, argumenta a executiva.

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Modelo Sayl, da HermanMiller, uma das mais negociadas no Brasil (Divulgação)
Modelo Sayl, da HermanMiller, uma das mais negociadas no Brasil (Divulgação)

Para ela, a procura de mobiliário para home office segue firme a despeito da volta aos escritórios. “Vemos muitas empresas adotando o estilo híbrido de trabalho, então esses profissionais vão querer manter seus ambientes próprios mais confortáveis, e nossos produtos são referência nesse conforto”, diz Leila Piani.

Produtos

A Herman Miller é conhecida pelo design característico de suas cadeiras, que custam de R$ 7 mil até R$ 13 mil no país, a depender do modelo. Piani afirma que a empresa estuda implementar produtos mais acessíveis financeiramente no Brasil no futuro, mas reforça que ainda não há uma previsão para isso. Outra medida em análise é aumentar a oferta de cores das cadeiras negociadas no país, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos – hoje, há os consumidores brasileiros podem escolher apenas entre dois tons de cinza.

Entre os modelos de maior aderência no Brasil, está a Sayl, que custa por volta de R$ 7 mil. Porém, a referência para os amantes da marca é a Aeron, que tem um design bem característico e difundido – esta cadeira custa em torno de R$ 13 mil.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br