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Prestes a completar 50 anos, a Móveis James é administrada pela segunda geração da família catarinense natural de São Bento do Sul. Dedicada à fabricação de móveis residenciais de alto padrão em madeira maciça e fibras naturais, o negócio que começou com uma pequena marcenaria, hoje tem 130 funcionários e 35% da sua receita proveniente da venda de móveis para 12 países.
As exportações começaram em meados de 1980 com a produção de encomendas – o formato das peças era adaptado para o gosto de cada país. Emirados Árabes e Porto Rico foram os primeiros clientes. A estratégia ganhou fôlego com a queda do muro de Berlim em 1989, o que elevou a demanda dos países europeus por produtos do Brasil e abriu o mercado do velho continente para as peças da empresa.
Quando a Móveis James já era conhecida lá fora, passou a buscar estratégias para conquistar novos mercados. Em 2006, os sócios decidiram apostar no design brasileiro como diferencial competitivo e firmaram parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil). A iniciativa elevou a empresa a uma posição de destaque no mercado mundial.
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Hoje, como referência na exportação de móveis residenciais, a companhia tem os Estados Unidos e os vizinhos da América do Sul como principais clientes. “As características do design brasileiro trazem ainda mais valor às peças”, diz Jaime Pfutzenreuter, sócio-diretor da empresa.
Parceria com a ApexBrasil
A valorização do desenho dos móveis foi um dos pontos que Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil) optou por trabalhar quando passou a apoiar a empresa. A principal estratégia foi incluir a Móveis James no projeto Brazilian Furniture. Criada em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), a iniciativa tem como objetivo incrementar a competitividade da indústria brasileira no mercado internacional.
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“Ao fazer parte desse grupo, passamos a frequentar rodadas de negócios internacionais, ou seja, ficamos em contato direto com os clientes finais”, diz Jaime, que destaca também a possibilidade de participar de eventos. “Estivemos na feira de Nova York no espaço da Apex, o que nos trouxe muitos aprendizados e mostrou que já temos um legado lá fora”.
Prêmio de design
Uma das vertentes do projeto Brazilian Furniture é “Design Integrado à Indústria”, que tem como objetivo valorizar ainda mais o desenho brasileiro dos móveis lá fora. Além de novos negócios, a iniciativa rendeu à Móveis James um prêmio no IF Gold Award 2021 – considerado o guia do design industrial no mundo – pela produção da “Adega cacho”, projeto assinado pelo Dimitri Lociks Cavalcanti de Gusmão e Simone Turíbio Brígido, do escritório brasiliense Choque Design.
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“Esse reconhecimento nos deu a certeza de que estamos no caminho certo ao aliar qualidade e desenho nos produtos”, diz. Pfutzenreuter. O IF Gold Award 2021, que aconteceu em abril deste ano, premiou também outras 17 empresas brasileiras associadas ao Brazilian Furniture. “Somos a Itália da América do Sul”, afirma o empresário ao citar a maior nação de referência do design no mundo.
Vendas externas
Com mais de três décadas de experiência em exportações, Pfutzenreuter reconhece que foi um longo caminho de amadurecimento e conhecimento. “Nada acontece de uma hora para outra, é preciso paciência e resiliência”, diz.
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O executivo lembra, no entanto, que quando a empresa começou a exportar, o Brasil estava fora do mapa mundial dos produtores. “Hoje está tudo mais fácil com a globalização e o apoio de parceiros como a ApexBrasil”.
Em relação ao mercado externo, o objetivo é manter o ritmo atual de vendas, que se traduz em cerca de um terço da receita. “É um percentual estratégico, em linha com a capacidade de produção atual”, afirma Pfutzenreuter.
A empresa mantém parceria com oito designers, que se dedicam ao desenvolvimento de novas linhas com o objetivo de manter a busca por inovação com base em beleza e conforto. “Essa é a nossa marca no Brasil e lá fora”, diz o executivo.