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A empresa chilena NotCo, de alimentos à base de plantas, recebeu, nesta segunda-feira (12) um aporte de US$ 70 milhões (cerca de R$ 365 milhões), que confirma seu status de ‘unicórnio’, como uma empresa avaliada em mais de US$ 1 bilhão de valor de mercado.
Os recursos levantados serão usados para acelerar a linha de negócios B2B, com foco em fornecer tecnologia para outras fabricantes alimentares. Um dos principais parceiros da foodtech nessa linha é a gigante Kraft Heinz, com quem a companhia formou uma joint-venture em fevereiro. “Essas parcerias ajudarão a diversificar e acelerar nosso impacto, ao mesmo tempo em que aumentam a acessibilidade de opções verdadeiramente deliciosas à base de plantas para impulsionar ainda mais a indústria”, disse o cofundador e CEO da NotCo, Matias Muchnick.
O dinheiro também deve financiar uma nova unidade, com foco em desenvolvimento tecnológico em São Paulo.
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A rodada de investimentos foi uma extensão de um aporte série D, liderada pelo Princeville Capita e incluiu a extensão dos investimentos de outros fundos, como Bezos Expeditions (de Jeff Bezos, fundador da Amazon), Tiger Global, L Catterton, Kaszek Ventures, Future Positive e The Craftory. Marcos Galperin, fundador e CEO do Mercado Livre, também participou da série.
Para Joaquin Rodriguez Torres, cofundador da Princeville Capital, a empresa tem histórico de sucesso em um curto período. “A indústria de alimentos precisa desesperadamente adotar tecnologia para acelerar drasticamente o processo de desenvolvimento de produtos, reduzir custos e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, pontua.
Tecnologia é foco da NotCo
Em entrevista recente ao InfoMoney, o diretor da NotCo no Brasil, Maurício Alonso, deu detalhes da tecnologia que a empresa usa para fabricar bebidas e alimentos à base de plantas. Ele explica que a foodtech tem um sistema de inteligência artificial -criado internamente e apelidado de Giuseppe- para montar as receitas, da combinação dos sabores ao aspecto visual dos produtos.
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O sistema de AI descobriu, por exemplo, que uma mistura de abacaxi e repolho produzia notas leitosas, então poderia resultar em um leite vegetal. Para aprimorar a receita, o sistema sugeriu incluir endro na composição, o que tirou o aspecto verde do líquido, detalhou o executivo.
“Da concepção de uma ideia até o dia em que colocamos o produto no mercado leva cerca de nove meses”, destacou Alonso. “Tudo isso é feito sem nenhuma fábrica própria nos países em que atuamos”, comentou.
Carne de plantas
No Brasil a empresa compete com gigantes como Seara, do Grupo JBS, e Marfrig, e no segmento específico com nomes como Fazenda Futuro. A história desta, inclusive, já foi tema de um episódio do podcast Do Zero ao Topo. No episódio ##99 do programa que conta as histórias de homens e mulheres por trás das maiores empresas do Brasil e do mundo, Marcos Leta, um empreendedor obcecado com produtos – mais especificamente, com produtos no setor de alimentos e bebidas, fala sobre os primeiros passos da companhia.
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“Pensamos em de que forma poderíamos fazer algo maior no Brasil. A gente sabe operar no país e podemos usar cada vez mais tecnologia, cada vez mais nossos vegetais e frutas. Foi aí que pensamos em entrar no mercado de carne de planta”, contou Leta em entrevista ao podcast Do Zero Ao Topo. Ouça a história completa no link ou no tocador abaixo.