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As constantes mudanças e polêmicas em torno da compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk continuam afugentando anunciantes.
As mais recentes empresas a abandonarem o barco (ou o passarinho) foram a seguradora Allianz e a biofarmacêutica Gilead Sciences, fabricante do medicamento remdesivir.
A lista de companhias que ou suspenderam o investimento em publicidade no Twitter ou estão reavaliando estratégia de comunicação na plataforma inclui General Motors e General Mills, Mondelez International e Pfizer.
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O primeiro sinal de uma debandada veio na semana passada, de uma agência de publicidade que representa grandes empresas norte-americanas. Parte dos clientes disseram que poderiam parar de anunciar no Twitter diante de um eventual retorno do ex-presidente Donald Trump que havia sido banido da plataforma.
Em uma carta aberta divulgada em outubro, Musk afirmou que quer que o Twitter seja a “plataforma de publicidade mais respeitada” em uma tentativa de recuperar a confiança dos anunciantes. A tentativa, contudo, não parece ter sido suficiente para segurar os anunciantes.
Como isso afeta os anunciantes?
Quando uma instituição decide anunciar em um veículo de mídia, ela o faz na intenção de construir ou melhorar sua imagem perante o público que consome aquele conteúdo. As empresas, porém, acompanham a gestão da plataforma e consideram dois fatores antes da interrupção de anúncios, conforme destaca Júnia Braga, especialista em reputação de marcas.
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“As companhias que deixaram de anunciar no Twitter podem ter feito isso por uma questão política, do ponto de vista de discordarem do rumo que a plataforma está tomando, dado que o clima organizacional pode estar insustentável”. “O segundo motivo pode estar relacionado a desconfiança da própria performance do anúncio. As empresas pensam: será que o meu dinheiro está sendo bem investido nessa plataforma ou será que não?” pontua Braga, que também é professora do MBA em Marketing Digital da IEBS Business School.
A profissional ainda destaca que, nesse contexto de grandes alterações, é normal que muitas instituições fujam da plataforma com receio de continuar aportando em uma plataforma cuja a confiança esteja abalada. No entanto, ela acredita que os próximos episódios da história devem ditar a maneira como as empresas e o público vai olhar para o Twitter.
“Pode custar a confiança da opinião pública, dependendo da narrativa que Elon Musk conseguir fazer prevalecer. É um momento de mudanças, mas, em breve, ele deve dar o tom da narrativa. Se essa for de sucesso -tal qual os outros empreendimentos dele- as empresa que continuarem no Twitter não serão mal vistas”.
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“No entanto, se não for convincente, no sentido de angariar apoio da opinião pública, com certeza, ter uma empresa que endossa isso vai ser prejudicial a quem está apoiando o Twitter”, diz. E conclui: “Não sabemos agora, mas dependendo do que for construído nesse novo Twitter, as pessoas podem cobrar um posicionamento contrário das empresas ou até ignorarem, entendendo que faz parte de uma estratégia comercial”.
Histórico complicado
A compra do Twitter por Elon Musk foi repleta de obstáculos, reviravoltas e mudanças -o que não acabou mesmo com a conclusão do negócio.
Já como principal acionista do Twitter, o bilionário demitiu metade dos funcionários de uma só vez, na tentativa de diminuir os custos da operação. Mas a decisão acabou revertida, em parte, dias depois, quando a companhia pediu que parte do time demitido voltasse ao trabalho, diante de uma iminente paralisação da plataforma.
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O executivo também afirmou que cobraria mensalidade de 8 dólares para aqueles que já possuíssem ou quem quisesse garantir o selo azul, imagem que atesta a veracidade de perfis públicos. A mudança mais recente aconteceu ontem: o empresário disse que criaria uma nova identificação para perfis verificados, chamada de selo cinza. Mas mudou de ideia ontem mesmo. Em um tuíte, nesta quarta-feira (9), o executivo disse que “matou” o novo selo oficial para contas do Twitter, no mesmo dia em que o novo sistema de verificação começou a ser implementado. “Por favor, note que o Twitter fará muitas coisas estúpidas nos próximos meses”, ele tuitou. “Vamos manter o que funciona e mudar o que não funciona.” A ver.
(com informações da Reuters)