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O setor de saúde, um dos mais ativos em fusões e aquisições (M&A, em inglês) nos últimos anos, não vislumbra grandes movimentos no curto prazo. De acordo com executivos, o alto custo de capital e algumas incertezas regulatórias desaceleraram as transações, que ganharam um perfil mais pontual e estratégico.
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“Eu vejo o cenário com conversas menos amplas e mais direcionadas a captura rápida de sinergias”, avalia Elias Leal Lima, CFO Kora Saúde (KRSA3), empresa que fez 19 aquisições desde a entrada do fundo HIG no negócio, em 2018.
“A busca agora é por negócios de menor risco ou risco compartilhado. Transações com parte do pagamento em ações ou cláusula de earnout têm permitido que alguns negócios saiam”, prosseguiu Lima, durante debate realizado pela assessoria RGS Partners e o escritório Pinheiro Neto Advogados.
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De 2003 até 2022 o setor de saúde registrou 817 negócios, segundo números da KPGM. Isso coloca o segmento entre um dos dez que mais transacionou no período.
Somente no ano passado, as empresas do setor de saúde, que engloba hospitais, laboratórios de análises clínicas e as companhias de produtos químicos e farmacêuticos, realizaram 53 operações de M&A.
Para Norberto Jannuzzi, sócio do Pátria Investimentos, o setor de saúde sempre vai ser um dos preferidos dos fundos de private equity, a despeito do cenário macroeconômico. “É uma atividade resiliente e [um setor] muito fragmentado: nós monitoramos cerca de 40 subsetores e existem oportunidades”, afirma.
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O executivo não apontou quais teses têm ganhado a atenção do Pátria, mas diz que um dos pilares dos investimentos é a tendência de envelhecimento da população brasileira diante do baixo número de pessoas com plano de saúde (aproximadamente 25%).
“O setor vive um momento difícil pós-covid, com alta sinistralidade, mas é pontual. Nossos fundos trabalham com o horizonte de 10 a 12 anos, e vemos teses que podem gerar eficiência e escala”, acrescenta Jannuzzi.
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O CEO da Vision One, Rafael Mendes, destaca que o momento dos hospitais e clínicas de saúde é desafiador diante também do estabelecimento de um piso para a enfermagem. As incertezas em torno da remuneração têm dificultado um prognóstico preciso para os investimentos das grandes empresas.
“É importante valorizar o enfermeiro, mas um piso nacionalizado não considera as especificidades de região e área de cada empresa. Também não é uma lei que entende se há viabilidade econômica para isso”, argumenta Mendes. Elias Leal Lima, da Kora, vai na mesma linha e acredita que hospitais e clínicas menores poderão sofrer com a medida.
Apesar disso, o CEO da Vision One segue otimista com o negócio e aponta o aumento nos investimentos em tecnologia. “A tendência é de haver mais tecnologia na saúde. Tivemos a entrada da telemedicina que ajudou, mas creio que chegou ao limite. Agora o desafio é inovar a um custo acessível”, conclui Mendes.
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