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SÃO PAULO – No pregão desta quarta-feira (19), as ações da Battistella (BATTL3), distribuidora de caminhões, valem R$ 0,60. Por isso, o Conselho de Administração da companhia anunciou grupamento de 25 para 1. A proposta ainda será aprovada em assembleia geral extraordinária, sem data prevista.
Quando a companhia aprovar o grupamento, os acionistas terão 45 dias – contados partir da publicação de aviso aos acionistas, que deverá sair após a realização da assembleia – para ajustar suas posições de ações em lotes múltiplos de 25 ações. Caso a proposta seja aprovada, elas podem passar a valer R$ 15,00, levando em conta o valor delas nesta sessão.
Entenda a “cilada” dos grupamentos
Em uma resposta à “ameaça” da BM&FBovespa de banir ações que valem menos de R$ 1,00 na Bolsa de Valores, muitas “penny stocks” têm anunciado grupamentos de ações, com o intuito de aumentar o valor de face de cada papel através da diminuição da quantidade de ativos negociados na Bovespa. A operação, em um primeiro momento, é vista como positiva no sentido de trazer maior liquidez para ativos que eram negociados próximos de R$ 0,01. Mas o que temos visto na prática é que os grupamentos têm aberto espaço para que aquelas ações que não tinham mais como cair simplesmente… voltassem a cair.
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Para explicar isso melhor é só pensar em como funciona um grupamento. O preço da ação nestas situações não foi elevado porque mais pessoas decidiram comprar e ela se valorizou, mas sim porque o preço sofreu um ajuste para cima devido à diminuição de papéis existentes no capital social. Isso significa que o mercado pode olhar para os fundamentos daquela empresa como endividamento, fluxo de caixa, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), etc. e enxergá-la como “cara” no patamar pós-grupamento. Com isso, surge uma pressão vendedora, já que o investidor não vai querer ter em suas mãos um papel sobrevalorizado.
A consequência direta deste cenário é que os papéis, que quase não tinham mais para onde cair quando a ação valia perto de R$ 0,1, abriram um espaço enorme para desvalorização. Alguns exemplos recentes que reforçam esse cenário são a JB Duarte (JBDU4), Metalgráfica Iguaçu (MTIG4) e a Lupatech (LUPA3), que cumpriram a profecia e tiveram fortes quedas depois de agruparem seus papéis.
No caso da JB Duarte, os papéis caíram 17,17% desde o grupamento. Enquanto isso, a Metal Iguaçu despencou 57,60%. A Lupatech viu uma desvalorização ainda maior, de 79,07%.