Conflitos continuam: Tanure processa minoritário da HRT por injúria e difamação

Tanure diz que Renzo Bernardi, candidato ao Conselho Fiscal da companhia "ultrapassou limites de regras de convivência" ao fazer acusações em carta enviado à CVM

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da HRT Participações em Petróleo (HRTP3) em 19 de março segue gerando conflitos entre os seus acionistas. De acordo com documento obtido pelo InfoMoney, o maior acionista da companhia por meio da JG Petrochem, Nelson Tanure, entrou com uma ação acusando Renzo Bernardi, candidato independente ao Conselho Fiscal, de difamação e calúnia.

O documento cita um e-mail encaminhado por Bernardi à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que destaca supostas irregularidades no decorrer da assembleia. Em petição encaminhada à Justiça, o advogado de Tanure, Nelio Machado, afirmou que Bernardi “ultrapassou todas as regras de convivência em sociedade, ao mirar seus dados envenenados” a Tanure.

Bernardi acusou Tanure, na carta, de “zombar a legislação” e “afrontar o processo democrático de votação”. O minoritário preferiu não se manifestar com relação ao processo porque não foi notificado. 

Nelio Machado também destacou que Bernardi disse ter receio com relação aos investimentos de quase 5 mil famílias, uma vez que os aportes poderiam estar “em risco sob desmandos inescrupulosos dos ambiciosos que provavelmente não querem o bem da companhia, mas os seus bens”. Essa fala, segundo o advogado, “fere a honra do empresário e configura crime de injúria”.

A CVM abriu um processo administrativo relativo à eleição de conselheiros fiscais na HRT a partir desta carta, uma vez que Bernardi destaca o descumprimento da decisão judicial para a recondução de Edmundo Koblitz ao cargo, além de reclamar da demora na publicação da candidatura para o conselho fiscal da companhia, que teria o impedido a concorrer aos votos dos acionistas canadenses, que correspondem a 19% do capital votante da HRT. 

Vale lembrar que Bernardi tentou eleição ao conselho fiscal no dia 19 de março, mas a chapa proposta por Nelson Tanure – da JG Petrochem – e Márcio Mello – um dos fundadores da companhia – acabou vencendo, decisão esta depois revogada pela justiça. Uma assembleia ordinária está convocada para o dia 30 de abril de 2014, às 11h (horário de Brasília), com a eleição em pauta. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.