Compradores e vendedores voltam a se aproveitar da Petrobras na Bovespa

Enquanto as notícias recentes envolvendo a companhia desagradaram boa parte dos investidores, operadores voltaram a se aproveitar da volatilidade dos papéis listados na bolsa

Thiago Salomão

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PORTO ALEGRE – É difícil conseguir agradar a todos: geralmente algo que agrada Fulano desagrada o Ciclano, e vice-versa. Mas nesta terça-feira (3) pude presenciar a ação da Petrobras (PETR3, PETR4) cair nas graças tanto dos investidores que em algum momento do dia apostaram em novas quedas do papel como também daqueles que esperavam um repique de alta do ativo.

Tal façanha foi vista nesta manhã durante a 6ª Semana do Trader*, evento realizado pela escola de cursos Leandro&Stormer em Porto Alegre, no qual os “professores” Leandro Ruschel, Alexandre Wolwacz (mais conhecido como Stormer) e Thiago Bisi irão operar uma quantia de aproximadamente R$ 1 milhão na bolsa, utilizando os planos de operação ensinados por eles. Em momentos distintos do dia, Wolwacz e Ruschel realizaram um negócio envolvendo as ações da petrolífera, com o primeiro realizando a compra do papel e o segundo apostando na queda do ativo, e ambos conseguiram embolsar ganhos ao encerrar suas operações com PETR4.

Vale lembrar que ontem a Petrobras já havia sido a bola da vez durante a Semana do Trader, com os três professores tendo obtido bons resultados operando os papéis da estatal. Veja abaixo como foram as operações desta terça-feira:

Ruschel: aposta na queda deu certo
Vindo de uma queda de quase 10% na sessão anterior – seu pior pregão desde a crise de 2008 -, a ação preferencial da Petrobras abriu esta terça-feira valendo R$ 17,45 – alta de 0,5% em relação ao fechamento anterior (R$ 17,36) – e chegou a subir até R$ 17,55 antes dos primeiros 10 minutos do dia. No entanto, o papel PETR4 perdeu forças e logo virou para o negativo antes de chegarmos às 10h30. Nessa virada, Ruschel montou uma operação na ponta vendedora, seguindo o “set up” classificado por ele como rompimento de linha d’água, que ocorre quando a ação rompe o fechamento do dia anterior.

“Quando uma ação abre com um gap de alta após uma longa sequência de queda, mas logo depois da abertura vira para queda, ela pode formar uma ótima oportunidade de trade”, diz o operador. Conforme ele explica, muitos investidores que viram a ação abrir em alta compraram o papel para buscar um possível repique, mas como esse movimento não se confirmou eles zeraram essa posição, alimentando ainda mais a pressão vendedora. “É um set up muito consistente”, complementa Ruschel, que entrou na operação quando PETR4 estava valendo R$ 17,30 e colocou o objetivo parcial em R$ 17,16, patamar alcançado por volta das 10h40.

Stormer: repique da manhã deu lucro
Perto das 10h50, a ação chegou a valer R$ 17,05, sua mínima do dia, e a partir daí começou a ganhar forças – o que fez Ruschel zerar sua posição em PETR4 por volta das 11h05. Foi por acreditar em um movimento de repique do papel nesta guinada que Stormer montou seu trade na ponta compradora, entrando no papel quando ele estava entre R$ 17,15 e R$ 17,20. A operação foi zerada próximo de 13h30, quando o movimento altista da ação começou a dar sinais de esgotamento. Naquele momento, o papel da Petrobras oscilava entre R$ 17,75 e R$ 17,80, e minutos antes ele havia alcançado seu maior patamar da terça-feira, de R$ 17,88 – o que indicava valorização de 3% em relação ao fechamento de ontem.

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A partir daí, a trajetória da ação refletiu o dia bastante volátil visto no Ibovespa. Na última hora de negociação na Bovespa, o papel PETR4 chegou a voltar para o negativo, mostrando queda de quase 0,5%, mas conseguiu se recuperar e terminou o dia com alta de 0,86%, a R$ 17,51. Já o Ibovespa recuou 1,75%, estacionando em 50.348 pontos – menor fechamento desde 30 de agosto deste ano.

*O jornalista esteve presente nos dois primeiros dias da Semana do Trader, a convite da Leandro&Stormer.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers