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Como o hidrogênio verde e a Eletrobras podem ajudar o Brasil a cumprir meta de sustentabilidade

Pioneira em P&D sobre o tema, companhia ultrapassa 2 toneladas do produto produzidas e reúne as condições para ajudar o País em projetos de descarbonização

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Planta de hidrogênio Itumbiara. Crédito: Luiz Crosara para Eletrobras Furnas
Planta de hidrogênio Itumbiara. Crédito: Luiz Crosara para Eletrobras Furnas

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A produção de hidrogênio verde deve se tornar uma importante alavanca do processo global de substituição de energias fósseis, causadoras do aquecimento global, por energias renováveis. Nesse movimento, que promete beneficiar muito o Brasil, a Eletrobras ocupa uma posição de destaque. A maior companhia do setor elétrico da América Latina vem realizando trabalhos pioneiros sobre hidrogênio verde, os quais geraram as primeiras toneladas do produto no País e está pronta para empregar o conhecimento adquirido nesse processo em projetos de grande porte.

“Produção em larga escala exige muita energia renovável, disponível o tempo todo e por preços competitivos, além de conexão ao Sistema Interligado Nacional”, resume o vice-presidente de Engenharia de Expansão da Eletrobras, Ítalo Freitas. “Oferecemos todas essas condições.”

O hidrogênio é um gás que pode ser produzido por um método chamado eletrólise da água, que demanda muita energia. Para ser considerado verde, sua geração deve utilizar energia de fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar.

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O gás pode ser utilizado como combustível ou ser reconvertido em energia elétrica por meio de uma reação eletroquímica que libera apenas água como subproduto. Pode ser usado também para produzir amônia, componente de fertilizantes de solo, entre outras aplicações.

Nos próximos anos, deve se tornar um dos principais instrumentos para o Brasil cumprir o compromisso de neutralizar suas emissões de CO2 na atmosfera até 2050, assumido no Acordo de Paris. O produto é útil aos mais diversos setores econômicos, seja na geração de energia elétrica, uso como combustível industrial, matéria-prima na indústria de transformação, processos em refinarias e siderurgia, combustível para o transporte em geral e insumos da indústria do agronegócio.

Tem um valor especial para indústrias que enfrentam dificuldades em substituir os combustíveis fósseis em suas operações, como as siderúrgicas em seus altos-fornos e as empresas de transporte pesado em seus navios, aviões, caminhões e trens.

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Um dos grandes desafios para a implantação de projetos de hidrogênio verde em todo o mundo é relacionado com a variabilidade das energias renováveis. A produção de energia solar e eólica varia muito ao longo do dia e também conforme o período do ano. Mesmo as hidrelétricas, que hoje são construídas sem grandes represas por razões ambientais, estão sujeitas à sazonalidade.

Essa instabilidade, diz o vice-presidente de Engenharia de Expansão da Eletrobras, constitui um dos principais empecilhos para o mundo eliminar a geração de energia a partir de combustíveis fósseis, que podem ser utilizados a qualquer momento para gerar energia, conforme a demanda, característica que os especialistas chamam de despachável. “A produção de hidrogênio verde precisa de uma alta taxa de utilização dos eletrolizadores gerada pela baixa variabilidade do suprimento de energia para ser competitivo”, observa Freitas.

Segundo ele, o Brasil tem tudo para se tornar um dos líderes mundiais em produção de hidrogênio verde, por fatores como a capacidade instalada de suas hidrelétricas e as condições propícias à geração de energia eólica e solar. “Além disso, o sistema elétrico brasileiro é totalmente interligado, permitindo que a energia gerada em um local do País seja utilizada em qualquer outro lugar, o tempo todo”, afirma Freitas.

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É nesse contexto, ele ressalta, que a Eletrobras se destaca. A companhia é a maior geradora de energia do Brasil, respondendo por cerca de um terço da produção nacional, com 97% provenientes de fontes renováveis. Além disso, é responsável por mais de 40% das linhas de transmissão de energia do País.

A empresa, que tem um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável e uma longa atuação em geração e transmissão de energia limpa, é pioneira na produção de hidrogênio verde. Em 2021, implantou um projeto-piloto na Usina Hidrelétrica de Itumbiara, na divisa entre Minas Gerais e Goiás, com o objetivo de avaliar a tecnologia de produção por eletrólise; os custos de produção, operação e manutenção do empreendimento; a eficiência e durabilidade dos equipamentos; a qualidade do gás produzido e aspectos relacionados à sua reconversão em energia elétrica.

A Eletrobras também está estudando a cadeia do hidrogênio com geração, armazenamento, transporte e uso energético e não energético do produto. Apesar do seu caráter experimental, o projeto distingue-se como o primeiro no Brasil a alcançar a produção de uma quantidade expressiva de hidrogênio verde, que já ultrapassa duas toneladas.

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Sua maior importância, no entanto, é a geração de conhecimento para o desenvolvimento de projetos de grande porte. “Essa experiência nos permite operar plantas de eletrólise de qualquer tamanho”, diz o vice-presidente de Engenharia de Expansão.

Enfatizando o diferencial competitivo de poder oferecer energia em grande quantidade, de forma ininterrupta, a preços competitivos e com interligação ao sistema elétrico nacional, Freitas explica que o objetivo da empresa é atuar em parceria com seus clientes no desenvolvimento de projetos de descarbonização.

Segundo ele, as condições favoráveis do Brasil na corrida da transição energética e na produção de hidrogênio verde devem atrair muitos investimentos e podem ajudar a impulsionar um processo de reindustrialização do País nos próximos anos. “O Brasil pode se tornar um dos melhores lugares do mundo para produzir de maneira sustentável, utilizando energia limpa”, afirma Freitas. “Pretendemos ser um dos principais parceiros dessas empresas.”

 

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