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O mercado de seguros mostrou seu valor durante os anos de enfrentamento da pandemia da covid-19. O pagamento de indenizações por morte, o atendimento aos doentes e a garantia de renda a quem perdeu o emprego chamaram a atenção para o produto e suas diferentes coberturas. Por outro lado, a participação segue bem abaixo do potencial em vários ramos como Saúde, Vida e o Seguro Residencial.
O cenário não se refere apenas ao Brasil, mas é comum em países latino-americanos. O desafio de elevar a cobertura do seguro na região, dentro de um novo contexto marcado por mudanças climáticas, aumento da longevidade e da transformação digital, será um dos temas debatidos na FIDES Rio 2023, evento que ocorrerá em setembro no Rio de Janeiro.
No Brasil, um dos ramos de seguro mais utilizados, o seguro Auto, não ultrapassa 30% da frota de veículos. No seguro Residencial, fica abaixo de 12% das unidades residenciais e no Rural gira em torno de apenas 15% da área plantada, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
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“Mesmo o seguro Saúde, que tem um apelo maior no Brasil, não passa de 25%. Nosso maior desafio é fazer o produto seguro chegar a um número maior de pessoas”, afirma Dyogo Oliveira, presidente da CNseg ao destacar a importância do debate que ocorrerá na FIDES Rio 2023 sobre os caminhos para elevar a contratação dos seguros no Brasil e na América Latina.
O executivo acrescenta que o setor tem feito o dever de casa ao desenvolver produtos que atendam às novas demandas da economia moderna, citando o seguro Garantia para obras de Infraestrutura ou Crédito, produtos voltados para questões climáticas, no Rural, e o seguro Cibernético.
“Só no seguro contra riscos cibernéticos as seguradoras brasileiras têm R$ 2 trilhões em reservas que podem ser direcionadas, com as devidas adequações regulatórias, para financiar projetos de tecnologia verde, de infraestrutura ambiental. O setor tem muito a contribuir para a economia e uma sociedade mais sustentável.”
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A FIDES Rio 2023 – 38ª Conferência Hemisférica da Federação Interamericana de Empresas de Seguros – ocorrerá entre os dias 24 e 26 de setembro e reunirá representantes de 20 países da América Latina, Estados Unidos e Espanha.
O tema desta edição, a primeira após a pandemia da covid-19, será “Seguros para um mundo mais sustentável”. Organizado a cada dois anos pela Federação Interamericana de Empresas de Seguros, entidade sem fins lucrativos que agrega associações de seguros privados de 20 países membros, tendo a CNseg entre as entidades fundadoras, o FIDES já se consolidou como um dos principais espaços de debate e de relacionamento da indústria de seguros nas Américas e Península Ibérica.
No evento deste ano, um dos nomes internacionais já confirmados é do ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Luís Alberto Moreno, que esteve à frente da instituição por 15 anos, entre 2005 e 2020.
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Moreno é uma das vozes mais qualificadas nas áreas de finanças para políticas públicas e desenvolvimento social, econômico e institucional. Sua experiência também inclui a defesa de iniciativas para beneficiar a comunidade global, desde avanços em matéria de energia renovável e proteção do meio ambiente, acesso ao atendimento médico, resiliência e adaptação climática, cidades sustentáveis, até conectividade e inovação digital. São temas que, em maior ou menor grau, estão abarcados nos oito eixos temáticos da FIDES Rio 2023.
Um dos eixos mais importantes do evento, pelo impacto em diversas linhas de seguros – é o que promoverá o debate sobre a maior expectativa de vida da população. No eixo “Longevidade Perspectiva de Vida: visão de futuro e repercussão no mercado” serão discutidos os reflexos da melhora constante das expectativas de vida da população no setor de seguros, que vão desde a estrutura dos produtos oferecidos até os cálculos atuariais, passando pelos custos, pelas receitas, pelas indenizações e pelas oportunidades de inovação.
Os demais eixos que estruturam a FIDES Rio 2023 são: Open Insurance, Transformação Digital, ASG (ambiental, social e governança), Aperfeiçoamento Regulatório e Ambiente de Negócios, Mudanças Climáticas, Cenário Macroeconômico e Aceleração do Crescimento.
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“Vamos ter uma somatória de excelência acadêmica, oportunidades de diálogo e de reencontros pessoais. Por isto acreditamos que é um evento imperdível para o setor”, comenta Francisco Astelarra, secretário geral da FIDES.