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SÃO PAULO – Com a proximidade do leilão para o campo de Libra, no pré-sal, tido como uma das maiores descobertas offshore de petróleo no Brasil, é melhor que as empresas se preparem para desembolsar grandes quantias, de acordo com o Wall Street Journal.
Isso porque o custo do desenvolvimento do campo gigante ao longo dos próximos 35 anos pode ser de pelo menos US$ 174 bilhões, tornando-se o projeto mais caro a ser desenvolvido e ultrapassando o campo de Kashagan, no Mar Cáspio, com expectativas de que custe US$ 150 bilhões, de acordo com o IHS Energy Insight.
Apesar de considerar que isso equivale a apenas um pouco mais de 2 meses do programa de compra de títulos do Federal Reserve, de US$ 85 bilhões mensais, essa quantia não pode ser desprezada, afirma a publicação. O WSJ destaca ainda o potencial de Libra, com produção esperada entre 8 e 12 milhões de barris de petróleo.
O jornal aponta ainda para as regras do leilão, com a Petrobras (PETR3;PETR4) sendo obrigada a partir em consórcio com 30% e pelo fato de que, ao invés do leilão ser feito pelo lance de valor mais alto, sairá vencedor quem prometer entregar a maior fatia de petróleo ao governo, após cobrir os custos.
Os enormes valores, aponta o WSJ, devem atrair apenas as grandes empresas operadoras de petróleo, com “tempo e dinheiro suficientes para aplicar bilhões de dólares em um projeto que não dará retornos por quase uma década, embora algumas empresas atuem como sócios minoritários”. As empresas precisam ainda lidar com os enormes riscos associados com a perfuração em águas profundas do Atlântico.
Contudo, o caro pode sair barato. Uma matemática simples sugere que o custo de extrair cada barril de Libra saia por US$ 15, tornando-se mais barato do que outras descobertas recentes na costa da África Ocidental ou Golfo do México, onde os custos variam entre US$ 22 e US$ 30 o barril. Com os preços da commodity acima de US$ 100 o barril, os lucros potenciais mostram que vale a pena correr o risco.
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“As companhias de petróleo ainda estão tímidas, com medo de mudanças na legislação que ainda não foram totalmente compreendidas. Mas é o tamanho de Libra, que não é apenas a maior achado de petróleo offshore do Brasi, mas um dos maiores feitos no mundo ao longo das últimas três décadas, o que atraiu as atenções”, aponta.
Brasil está ansioso
Assim, destaca o WSJ, o Brasil se mostra ansioso para receber a indústria do petróleo, promovendo um grau de estabilidade econômica e política que está em contraste com as vizinhas Argentina e Venezuela, onde a Big Oil tem sido feliz em fazer negócios.
A burocracia e as leis trabalhistas bizantinas afetam os investimentos. Neste caso, o jornal cita a Chevron, que foi alvo de uma ação civil de US$ 20 bilhões após derramar uma quantidade de óleo tida como modesta pelo WSJ. Além disso, as empresas também devem aderir a regras rígidas de conteúdo local, visando a impulsionar uma indústria de serviços de petróleo em expansão, mas que podem levar a aumento de custos.
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“Mas para a Big Oil com dinheiro para queimar e uma sede de petróleo, o Brasil está mais uma vez aberto novamente para negócios”.