Com coronavírus, faturamento das academias sofreu queda de 77% em abril e maio

Setor investiu em conteúdos online para evitar demissões, que ainda assim podem chegar até 110 mil em todo país

Pablo Santana

(Getty Images)
(Getty Images)

Publicidade

SÃO PAULO – Por conta das medidas de distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus, as academias do país registraram uma queda mensal de 77% no faturamento em abril e maio na comparação com o faturamento médio dos meses de janeiro, fevereiro e março. Os dados são da EVO W12, empresa especializada em software de gestão para o universo fitness.

Além da queda nas vendas, o estudo realizado em junho revela que o índice de fechamento de academias nos meses de abril e maio, quando as medidas restritivas foram mais severas, triplicou em relação ao mesmo período do ano passado.

Tocantins, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí foram os estados onde os impactos econômicos foram mais sentidos, com quedas superiores a 90% nas vendas de novos planos.

O número de clientes ativos, em todo o Brasil, caiu, em média, 35%, com destaque para os estados do Maranhão, Espírito Santo, Piauí e Tocantins, onde oito em cada dez alunos deixaram de pagar seus planos.

Com o tombo nas vendas, o levantamento ainda apontou que o número de demitidos no setor pode chegar a até 110 mil pessoas neste ano, mesmo com a reabertura parcial de academias em alguns estados, como no estado de São Paulo, que começa nesta segunda-feira (13).

Digitalização

Diante dos impactos econômicos causados pela pandemia, uma das soluções encontradas pelas empresas do segmento foi investir em conteúdos online para dar continuidade às atividades.

Continua depois da publicidade

Com a disponibilização de aulas e treinos de forma remota, a o EVO registrou um aumento de 1.904% no número de aplicativos que usam o seu software e alta de 602% no número de aulas virtuais realizadas.

O conteúdo online, segundo a empresa, permitiu que muitas academias evitassem as demissões de seus colaboradores, pois muitas criaram grades de aulas transmitidas com professores com os quais os alunos estavam acostumados.

“Corremos para fazer parcerias e integrações para que as academias e os estúdios pudessem gerar renda com aulas e treinos online, via aplicativo”, conta Dilson Mendes, diretor de produto da empresa.

Continua depois da publicidade

Para estreitar o relacionamento com os clientes, a empresa ainda produziu conteúdos online como palestras que abordaram temas como a prevenção à doença, gestão de crise, relacionamento com o cliente e até informações sobre medidas provisórias do governo que impactavam o negócio das academias.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios