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SÃO PAULO – As ações da Sanepar (SAPR4) têm mais um dia de derrocada na Bovespa. Às 10h57 (horário de Brasília), os ativos SAPR4 têm queda de 9,46%, a R$ 10,14, Desta vez, a forte queda ocorre após a entrevista do presidente da estatal paranaense Mounir Chaowiche ao jornal Valor Econômico. Vale destacar que os próximos dias serão chave para a companhia: na próxima sexta-feira, ocorrerá a audiência pública de revisão tarifária.
Chaowiche afirmou que, após a decisão surpreendente da Agepar de parcelar em oito anos o reajuste de 25,6% de tarifa da estatal de saneamento, a empresa decidiu que não vai se manifestar contra a determinação nos períodos de audiência e consulta públicas para discutir o processo de revisão tarifária. Apesar da recepção ruim, Chaowiche disse que “estamos satisfeitos é pelo fato de a agência ter reconhecido o índice” e ainda ponderou que não há comprometimento da capacidade de investimentos da empresa uma vez que o reajuste a ser aplicado nos próximos anos será corrigido pela Selic.
O executivo atribuiu o tumulto que a notícia gerou à falta de familiaridade com o tema. “O que tivemos foram vários investidores, os mais novos, que talvez não estivessem muito acostumados como tratar de revisão tarifária”.
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Conforme destaca o Itaú BBA, a entrevista não esclarece se a empresa acredita que o reajuste inicial de 5,7% é justo. Contudo, os analistas apontam que, dado o discurso moderado, as ações SAPR4 continuarão a sofrer uma vez que claramente a gestão e os investidores têm uma visão diferente sobre o período de diferimento de 8 anos e o reajuste inicial – dois fatores que decepcionaram o mercado sobre o reajuste.
“Nós vemos tal discurso como negativo dado que estávamos esperando uma postura mais vocal da companhia a fim de melhorar o resultado de seu primeiro ciclo de reajuste tarifário. Tudo isso dito, acreditamos que a Sanepar continuará a sofrer nos próximos dias mas também destacamos que, quando o nome começar a negociar em um cenário de maior racionalidade, o piso de avaliação justo será perto do nível de R$ 12,00”, apontam os analistas do banco.
Já Marcos Peixoto, da XP Gestão, destacou que o “mercado ainda tinha uma esperança que a empresa fosse brigar por uma melhora e o CEO acabou por ‘enterrar’ essa chance. Agora vai ser o mercado sozinho versus regulador. As chances ficam menores”.