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Conforme dados da Associação Brasileira de Startups, hoje são mais de 12,7 mil startups ao redor do país, com um crescimento médio de dois dígitos todo ano. Esse grupo de empresas se diferencia pela facilidade que tem de inovar e criar soluções tecnológicas para diversos segmentos.
O termo “startup” tem sua origem no inglês e se refere às ideias empreendedoras nativas do digital, que não têm um modelo de negócios já validado no mercado. Elas surgem, portanto, com ferramentas que visam agilizar um setor específico, como aconteceu com o bancário de forma expressiva nos últimos anos.
“Uma startup é aquela que produz um produto ou serviço inovador, que ainda não sabe como será vendido ou se terá aceitação no mercado, e busca replicá-lo sem aumentar muito seu custo. Isso faz com que o projeto se torne uma empresa de crescimento rápido em um curto espaço de tempo”, explica Danilo Picucci, diretor de ecossistemas e comunidades da Abstartups.
Em geral, as startups seguem quatro fases de evolução, as quais definem o tamanho do negócio e o quanto ele tem sido aceito: ideação, operação, tração e escalabilidade. As aplicações de recursos próprios dos fundadores ou de investidores externos pavimentam o crescimento da ideia.
Isso não se aplica, porém, a projetos de tecnologia criados como vertentes de uma companhia já consolidada. Isso porque, mesmo que traga um conceito inovador, não há um ambiente de incerteza quanto ao futuro do negócio -se der errado, a controladora absorve os prejuízos.
“Os fatores risco de oportunidade, risco financeiro e risco da inovação praticamente inexistem em uma grande empresa, visto que a mesma pode se dar ao luxo de gastar dinheiro errando e que dificilmente os fundadores estariam comprando o risco de falência pessoal caso a inovação dê errado”, complementa o executivo.
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Quando uma startup deixa de o ser
Segundo os especialistas consultados pela reportagem, não há um consenso no mercado sobre o momento em que uma startup perde esse título. No entanto, há três pontos que direcionam esse entendimento: aquisição por outra empresa; listagem pública de ações; e estabilização do produto ou crescimento.
“Existe uma dificuldade objetiva de definir esse conceito, mas há de se considerar mais as características de gestão do que a marcação financeira, por exemplo”, avalia Júnior Borneli, CEO da StartSe.
“Sempre que se pesquisa as startups mais valiosas do mundo, aparece a SpaceX, de Elon Musk, que vale US$ 137 bilhões. Mesmo com esse valuation, ela mantém suas características: ainda tem um modelo de negócio que não foi provado; está em um mercado não consolidado, usa tecnologia que ninguém fez e trabalha com experimentos”, complementa.
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Quando a startup é adquirida por outra empresa, segundo ele, ela passa a ter limitações para inovar, o que a torna parecida com um empreendimento. “O aplicativo de transportes 99, por exemplo, surgiu como startup, uma ideia diferente, mas foi comprada pelo grupo chinês Didi, perdendo a autonomia para fazer experimentos e criar negócios. Então, não é mais startup, mas grande empresa de logística”.
No caso das que chegam à bolsa de valores, essas já têm seu produto ou serviço bem-visto, o que, teoricamente, sinaliza que o processo de inovação foi concluído. “O IPO sinaliza ao mercado baixa incerteza [no negócio] e também coloca a startup em situação de governança similar a toda grande corporação. Já quando estabiliza seu produto e crescimento, significa que já não existe o risco e a novidade da inovação inicial. Este é o fenômeno facilmente observável nas big techs, como Google, Apple, Microsoft”, diz Picucci, da Abstartups.
De startup a unicórnio
Embora o caminho até o sucesso seja tortuoso, algumas partes do trajeto são marcantes e estabelecem quão longe uma ideia empreendedora chegou. Um dos pontos importantes é quando se ganha o status de unicórnio, nomenclatura que identifica as companhias de tecnologia que ultrapassam US$ 1 bilhão em valor de mercado.
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Os casos que se enquadram neste perfil são muitos ao redor do mundo, especialmente nos Estados Unidos onde a proporção é maior. No Brasil, o mais emblemático é justamente do app 99, que ganhou esse título em 2018, depois de receber um aporte financeiro do fundo japonês Softbank.
Desde então, outras empresas seguiram o mesmo caminho, como foi o caso do Nubank, com sua abertura de capital na bolsa norte-americana Nasdaq, em 2021. iFood, QuintoAndar e NuvemShop são alguns dos outros 20 unicórnios que colocam o país no top 10 do ranking global em número de unicórnios.
Mas esse caminho até o sucesso tem sido cada vez mais difícil, especialmente nos últimos dois anos, quando a excitação do mercado de risco se desacelerou. Depois de rodadas seguidas de investimentos e um alto volume de dinheiro aplicado, desde 2022, pouco se ouve falar em aportes financeiros suficientes para elevar uma startup a esse título tão aguardado.
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Há, porém, algumas startups candidatas para este ano, conforme lista da plataforma Distrito: Omie, da área de softwares; Petlove, de bem-estar animal; Dora, de finanças jurídicas; Solfácil, de energia solar; Alira, de educação; entre outras.
Do Zero Ao Topo
O InfoMoney mantém uma marca de empreendedorismo para contar histórias que se tornaram verdadeiros cases de sucessos. Semanalmente, o podcast Do Zero Ao Topo traz os fundadores de startups e empresas tradicionais para relembrar o caminho até que alcançassem seus primeiros milhões de faturamento.
Em julho do ano passado, a startup Único foi a convidada do programa, quando o cofundador, Diego Martins, lembrou da trajetória até tornar esta em um dos principais players de autenticidade digital do país. A Único faz parte da lista brasileira de unicórnios e o programa está disponível em vídeo no YouTube ou nas plataformas de áudio ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music..
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