BB aplica metas e remuneração por desempenho; funções de confiança terão redução

Medida visa retenção de funcionários, que deixavam o banco estatal pelo mercado privado

Paula Zogbi Giovanna Sutto

Aplicativo do Banco do Brasil
Aplicativo do Banco do Brasil

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SÃO PAULO – O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta segunda-feira (3) a criação de um programa de metas e remuneração variável para ajudar a reter talentos e diminuir saídas. Os recursos para bancar os pagamentos variáveis virão de um corte dos salários de cargos de confiança e funções gratificadas (ou seja, que têm adicional pela complexidade do cargo).

Em nota, a instituição disse que nenhum funcionário atual terá remuneração reduzida, mas que a maioria das funções de confiança e gratificadas recebiam salários fixos “superiores aos praticados pelo mercado” e que serão revisados. Isso significa que às próximas promoções serão aplicados novos valores.

Três cargos de confiança, porém, terão aumento: gerentes de relacionamento PAA, Private Sofisticado e Corporate Upper Middle. “A medida buscou maior alinhamento à média praticada no mercado”, disse o BB.

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“O BB reduziu os valores que foram identificados como acima da média do mercado – a maior parte dos casos – e aumentou os que se mostraram defasados (gerentes de relacionamento PAA, Private Sofisticado e Corporate Upper Middle). A medida buscou maior alinhamento à média praticada no mercado”, diz o banco.

Performa: Desempenho e Reconhecimento é o nome dado ao programa, inspirado no segmento bancário privado. Ele amplia para todos os funcionários o Programa de Desempenho Gratificado (PDG), hoje restrito à área de atendimento ao cliente, no qual a remuneração variável chega a três salários ao ano.

“A mudança reafirma que todo o BB estará voltado a melhor experiência do cliente”, escreve o BB. “O percentual de premiados também aumenta 68%, podendo beneficiar 37 mil funcionários, o que representa 40% do total. Além disso, os valores da premiação estão mais atrativos.”

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Progressão de carreira

Outro modelo implementado para reter talento será a chamada “carreira em Y” – um plano de carreira para estimular o funcionário a crescer dentro do banco.

“Assim, o BB anuncia a criação das funções de especialista I, especialista II e especialista III, que terão posições hierárquicas similares a gerente executivo, gerente de soluções e gerente de equipe, respectivamente.” É uma forma de reconhecer funcionários que se destacam em suas atuais funções.

Vale lembrar que, ainda que não contem com estabilidade, os funcionários do BB são selecionados via concursos públicos. Apesar da defesa de alguns membros do governo, o presidente Jair Bolsonaro já disse que a instituição não será privatizada.

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Tecnologia

Na semana passada, o presidente da instituição, Rubem Novaes, disse em evento que também estuda lançar um concurso específico para contratar profissionais de tecnologia, com o intuito de modernizar o banco em meio à revolução do setor. Hoje, a porta de entrada para o Banco é o concurso para escrituário. Segundo a Coluna do Broadcast, o “recrutamento” para esse concurso se dará via redes sociais, eventos em faculdades e polos tecnológicos.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney