Banqueiros projetam recessão global em 2023, com reflexo nos próximos três anos, aponta pesquisa

Estudo da KPMG ouviu CEOs de bancos e instituições de 11 países diferentes para traçar as perspectivas para este ano 

Rikardy Tooge

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A maior parte dos CEOs de bancos e instituições financeiras dos países desenvolvidos acredita que ocorrerá uma recessão global em 2023, segundo pesquisa desenvolvida pela KPMG que ouviu 141 executivos. Do total, 85% considera que haverá uma recessão ao longo deste ano.

Por outro lado, a duração e o efeito da crise geram dúvidas. Para 70%, uma recessão mais duradoura acabaria com o crescimento previsto nos próximos três anos. O percentual é um contraste em relação ao otimismo esperado para 2022, quando 88% estavam otimistas com o crescimento dos negócios. No entanto, para 59%, 2023 será marcado por uma “breve e leve” recessão.

“Os executivos do setor terão pela frente desafios e oportunidades, mesmo quando lidam com preocupações a respeito do aumento das taxas de juros e da nova política monetária. Neste contexto, o setor tem uma importância relevante para retomada do crescimento econômico”, analisou o sócio-líder de serviços financeiros da KPMG no Brasil, Cláudio Sertório, em nota enviada ao InfoMoney.

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A edição 2022 do “KPMG Banking CEO Outlook” foi realizada no segundo semestre do ano passado e ouviu banqueiros de 11 países: Alemanha, Austrália, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão e Reino Unido.

Outras conclusões

Os entrevistados também opinaram sobre as melhores estratégias de crescimento diante da atual perspectiva. Para 74% dos CEOs, será fundamental estimular a transformação digital em ritmo acelerado para fazer frente à concorrência.

Em outro tópico, 60% dos entrevistados se comprometeram a alocar mais de 6% da receita para tornar a organização mais sustentável, com especial atenção à agenda ESG (ambiental, social e governança, em inglês).

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Com relação ao modelo de trabalho, 69% consideram que aqueles que trabalharam em escritórios antes da pandemia estarão de volta presencialmente nos próximos três anos.

“Muitos CEOs reconhecem que o crescimento de longo prazo deverá exigir um compromisso contínuo de estimular as mudanças em toda a organização”, conclui o sócio da KPMG.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br