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SÃO PAULO – O Banco Inter (BIDI11) iniciou uma movimentação para deixar de ser uma plataforma apenas bancária e se tornar um Super App – nome dado aos aplicativos multifuncionais que se tornaram hit na China. O primeiro passo foi a contratação, anunciada na quarta-feira (14) de um ex-executivo do Facebook para liderar a futura área de marketplace do banco.
Rodrigo Gouveia, que ocupava o cargo de Global Client Partner no Facebook para a América Latina, será o responsável por viabilizar a criação de um “shopping” dentro do app, diversificando as ofertas para além do universo financeiro.
Pelo marketplace, será possível fazer compras em lojas de departamentos, eletroeletrônicos, drogarias e turismo, segundo a empresa. O banco promete um cashback para as compras feitas através da ferramenta, mas ainda não divulga valores.
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“Além dos serviços financeiros, estamos criando um one stop shop dentro do aplicativo da Conta Digital. A oferta será totalmente definida pelas necessidades dos nossos clientes”, disse Gouveia em nota. Hoje, já é possível comprar gift cards, recarregar o celular e pagar o rotativo neste mesmo app se você morar em Belo Horizonte, cidade-sede da empresa.
Em um relatório, a Occam Brasil disse que o Banco Inter deve receber uma comissão entre 3% e 15% dos produtos e serviços vendidos dentro do ambiente do marketplace.
“Em alguns casos, a compra será feita dentro do próprio aplicativo, sem a necessidade de ir para um ambiente externo”, escreveu a gestora de recursos.
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“Essa facilidade resultará em dois aspectos positivos para a conversão das visitas em vendas: o primeiro é referente ao sigilo, pois como os dados do cartão/conta estão cadastrados no Banco Inter, que possui padrão de excelência em segurança, isso deveria diminuir o número de fraudes/roubo de dados bancários do correntista. O segundo ponto é o menor atrito no processo de checkout, diminuindo a possibilidade de inputs errôneos (dados já estão cadastrados) e tornando a finalização da operação mais ágil, pois, diante dos dados já salvos dentro do ambiente do superapp, não há necessidade de digitá-los novamente na hora de encerrar o processo”, complementa o relatório.
As units do Banco Inter despencam na Bolsa nesta quinta-feira, chegando a bater queda de 10% no início da tarde. Por volta das 16h40, eram negociadas com desvalorização de 6,78% ante a abertura do dia. Vale lembrar que a ação da fintech ainda acumula alta impressionante de 242,12% em 2019.
Super App em alta
O Banco Inter não é a primeira grande empresa brasileira a assuntar o tema do Super App. Há pelo menos seis meses, o termo é um dos favoritos do Magazine Luiza e de seu CEO, Frederico Trajano. O Rappi, que nasceu com entregas de “tudo”, já criou um pagamento com QR Code para evoluir nessa direção.
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A ambição mais comum de um Super App, além de entregar soluções em diversas frentes para seus usuários, é estar na tela inicial do smartphone de seus clientes mais fiéis. É o que fazem empresas como a Tencent, dona do WeChat, e a Alibaba, com seu TaoBao.