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SÃO PAULO – Os investidores que gostam de buscar bons dividendos podem ter se entusiasmado com o fato relevante que foi enviado pelo Banpará – Banco do Estado do Pará (BPAR3) – na noite de quarta-feira (13).
A companhia anunciou a aprovação de um dividendo de R$ 12,851 milhões. Pode não parecer muito, mas o valor por cada ação BPAR3 equivale R$ 1,349681131 por unidade, o que, levando em conta o preço do último fechamento da ação (R$ 15,44), equivale a um “dividend yield” (dividendo/cotação da ação) de 8,74%.
O melhor de tudo é que a ação ficará ex-dividendos apenas no dia 19 de julho, ou seja, ele “teria” até segunda-feira que vem (18 de julho) para encarteirar o papel e receber esse gordo dividendo. Infelizmente, o uso do “teria” no futuro do pretérito indica que não é possível aproveitar-se deste dividendo. O motivo: a ação não é negociada desde 30 de novembro de 2004.
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Por que isso acontece?
A explicação da falta de liquidez da Banpará na Bovespa é simples: 99,98% das ações do banco estão nas mãos do Estado do Pará. Os 0,02% restantes (o que equivale a 2.202 ações) estão distribuídos em: 460 ação com pessoas físicas, 1.756 ações com pessoas jurídicas e 1 ação com um investidor institucional, de acordo com os dados mais recentes disponibilizados no site da BM&FBovespa, datados em 4 de abril.
Isso acaba tirando todo o brilho deste dividendo tão grande: se no melhor dos mundos você conseguir as 460 ações que estão nas mãos dos investidores pessoa física, você receberia o equivalente a R$ 620,85.
A Banpará é uma das várias empresas que podemos chamar de “mortos-vivos” da Bovespa: com liquidez praticamente nula e sem interesse do acionista controlador (no caso o estado do Pará) de fechar o capital de maneira definitiva (por conta dos custos que esta operação acarreta à companhia). Com isso, ela continua listada no mercado mas sem disponibilidade de acesso para os investidores.