App de patinete Lime volta a operar no RJ no mesmo dia em que Yellow pede recuperação judicial

Retomada acontece após quatro meses de paralisação devido à pandemia

Giovanna Sutto

(Divulgação/Lime)
(Divulgação/Lime)

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SÃO PAULO – O aplicativo de patinete Lime anunciou que a partir desta quarta-feira (29) retomará as atividades no Rio de Janeiro após quatro meses de paralisação. “Aproveitamos o período para nos reestruturar, adotar novos protocolos de higiene e pensar a operação de forma mais eficiente”, explicou John Paz, diretor geral da Lime no Brasil.

A notícia chega no mesmo dia em que a principal concorrente, a Grow, donas das marcas Yellow e Grin, informou que entrou com pedido de recuperação judicial. Ao InfoMoney, a Lime disse que o momento do anúncio foi apenas uma coincidência, sem nenhuma relação com as dificuldades que a concorrente vem enfrentando.

A empresa havia anunciado em janeiro o encerramento das operações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Pouco depois retomou as atividades na segunda cidade porque as regulações locais estavam mais favoráveis à operação, segundo informou a empresa.

“As operações estavam indo muito bem no Rio entre fevereiro e março, mas com a chegada da pandemia tivemos que paralisá-las, assim como em todas as cidades nas quais atuamos ao redor do mundo porque a demanda despencou com todos em casa”, disse Paz.

Por enquanto, a empresa não prevê a retomada das atividades em outras cidades do Brasil – embora esteja avaliando a possibilidade para São Paulo.

A Lime colocou cerca de 400 patinetes em operação, bem menos que as mais de mil unidades que geralmente são disponibilizadas, na tentativa de testar a demanda.

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Segundo a empresa, as pessoas estão andando de patinete por mais tempo neste momento de reabertura no Brasil: houve um aumento de 34%, de 9,72 minutos para 13,1 minutos na duração das viagens e os trajetos originários de bairros residenciais ou dentro desses bairros aumentaram à medida que a reabertura no Rio aconteceu.

Por isso, apesar do cenário, a empresa enxerga oportunidades mesmo durante a crise e quer fazer essa retomada gradual, seguindo os passos que deu na Europa – onde já reiniciou as operações há um mês.

Segundo o executivo, no mundo, o uso de patinetes tem crescido com a retomada pós-pandemia, visto que é uma opção mais segura de transporte individual e ao ar livre.

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“Muitas cidades têm investido na ampliação da infraestrutura para micromobilidade apostando nos benefícios diretos e indiretos de um transporte não poluente, econômico e que ocupa pouco espaço público. Só no Reino Unido foram investidos mais de R$ 13 bilhões em infraestrutura, por exemplo. Cidades como Nova York e Chicago também estão apostando nisso”, diz Paz.

Novos protocolos de higiene

A empresa vai focar na cidade do Rio de Janeiro e quer aplicar todos os novos protocolos de higiene dado o cenário. “Temos um protocolo rigoroso de limpeza e desinfecção das nossas patinetes, mas também recomendamos que os usuários sempre sigam as recomendações dadas pela Prefeitura do Rio e entidades de saúde”, diz Juan Pablo Balut, Gerente de Operações do Rio de Janeiro.

Entre as melhorias, a empresa informou que aumentou a frequência de limpeza e desinfecção das patinetes. “Estamos limpando todas as partes do patinete que são tocadas pelas pessoas e estamos usando apenas os produtos recomendados pelas instituições de saúde. E todos os nossos mecânicos e operadores em campo são obrigados a usar luvas e lavar as mãos regularmente”, diz a nota.

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A Lime também recomenda algumas etapas para os usuários se protegerem: “Recomendamos que as pessoas limpem as superfícies dos patinetes com álcool em gel e usem luvas como precaução, além de lavar as mãos antes e depois da viagem”.

Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.