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SÃO PAULO – Uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná mostrou que, 65,7% dos brasileiros defendem que a Vale (VALE3) deveria perder sua licença de mineração. A mineradora era a operadora da barragem do Córrego do Feijão, localizado em Brumadinho (MG), que se rompeu em 25 de janeiro e culminou na morte de mais de uma centena de pessoas e o vazamento milhões de metros cúbicos de rejeitos sobre o Rio Paraopeba, três anos após a tragédia envolvendo a Samarco (joint venture entre Vale e BHP Billiton), em Mariana (MG), no maior desastre socioambiental da história do país.
Segundo o levantamento, 63,4% dos brasileiros aponta a Vale como maior responsável pela tragédia em Brumadinho. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (4), entrevistou 2.420 brasileiros em 188 municípios de das 27 unidades da federação, por meio de mensagens eletrônicas, entre os dias 30 de janeiro e 3 de fevereiro. Os resultados foram ponderados por sexo, faixa etária, escolaridade, nível econômico e região. A margem máxima de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Para 52,6%, a Justiça deveria prender todos os executivos da mineradora. Outros 24,2% defendem que seja determinado o afastamento dos executivos de suas funções, determinada a aplicação de uma multa pesada, mas que não fossem congelados bens e decretadas prisões. 2,7% dos entrevistados são contra as opções de sanção por não verem culpa no episódio. 7,2% não souberam ou não quiseram opinar.
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Entre os entrevistados, 66,2% são a favor de o governo federal suspender todas as licenças de mineração para a realização de uma nova licitação para a escolha de novas empresas. 25,4% são contra. Mesmo com as críticas à Vale, contudo, a maioria é contra a criação de uma empresa estatal responsável pela mineração no país. Segundo o levantamento, 35,1% concordam com a medida, enquanto 58,9% discordam.
Quando questionados se o desastre ocorrido em Brumadinho poderia ter sido evitado se a Justiça tivesse tomado ações mais severas para punir os culpados no caso de Mariana, 91% responderam afirmativamente. Outros 3,2% disseram não ver relação entre os eventos e 3,1% afirmaram que a nova tragédia não poderia ter sido evitada. Para 90%, a Samarco não respondeu à Justiça de forma satisfatória no maior desastre socioambiental da história do país.