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SÃO PAULO (Reuters) – A Brasilseg está planejando dividir o risco de suas apólices do agronegócio com mais resseguradoras para minimizar a disparada global dos preços no setor, na esteira de revezes climáticos, incluindo a seca que quebrou safras no Sul do país em 2022.
Segundo o presidente da empresa, Rogério Idino, há um grande volume de contratos do segmento rural vencendo em março e a Brasilseg, ligada ao Banco do Brasil, está cobrando melhores condições para renovação.
“As conversas com resseguradoras estão sendo quentes”, disse Idino em entrevista à Reuters. “Vamos pedir revisão de preços”, acrescentou, avaliando que a perspectiva de menor sinistralidade deve pesar nas negociações.
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Os comentários vêm num momento em que o setor de seguros no Brasil e no mundo enfrenta um de seus momentos mais difíceis das últimas décadas, com resseguradoras elevando taxas nas principais linhas de negócios em até 200% a partir de 1º de janeiro, após perdas globais por catástrofes naturais terem atingido cerca de 112 bilhões de dólares em 2022.
Com isso, seguradoras incluindo a Brasilseg estão buscando um compartilhamento de riscos mais pulverizado para ficar menos expostas ao risco de não receber de alguma resseguradora, caso o pedido de indenização seja acionado.
Para não ficarem exageradamente vulneráveis a perdas pontuais, as seguradoras normalmente pagam para resseguradoras comprarem uma parte dos riscos, que no caso podem representar de 70% a 90% do valor segurado, segundo Idino. As resseguradoras, por sua vez, também compartilham esses riscos com concorrentes.
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Essa estrutura, no entanto, não evitou que algumas fossem mais diretamente atingidas por episódios agudos de 2022, incluindo a guerra na Ucrânia e os efeitos do furacão Ian, na Flórida (EUA).
Mesmo com o cenário global mais adverso, em termos comparativos o Brasil tem ganhado atratividade de players globais, entre outros fatores porque a guerra tem levado alguns deles a abandonar mercados como de Rússia e Ucrânia, preferindo outros países emergentes.
O IRB Brasil (IRBR3), maior do setor no país e que tem sido alvo de desconfiança do mercado, dada a sucessão de prejuízos que enfraqueceram sua solidez financeira, tem enfrentado maior concorrência de rivais como Allianz e Zurich.
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“Alguns resseguradores estão preocupados com manter ou elevar participação no mercado”, disse o executivo.
Segundo Idino, diante desse cenário a Brasilseg tem usado nas negociações sua condição de líder de seguros do agronegócio, com cerca de 60% do mercado no país, posição estendida nos últimos meses com vendas acima da média do mercado.
Em contrapartida, as novas apólices que estão sendo emitidas no setor também estão passando por um “refinamento”, com redução dos nível de cobertura e do limite máximo de indenização para os segurados, disse ele. Desde julho, a empresa passou a vender produtos que dão a clientes mais autonomia na escolha das coberturas a serem contratadas. “Ao longo deste ano, temos planos de incluir coberturas específicas para determinadas culturas e perfis de produtor”, acrescentou.
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O agronegócio liderou as vendas da Brasilseg em 2022 até novembro, com alta de 53,5% no total de apólices sobre um ano antes. Enquanto isso, a sinistralidade passou a ter queda no acumulado até setembro, após um pico no começo do ano.