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SÃO PAULO – Um relatório do Deutsche Bank que agitou o mercado nesta quarta-feira (19) impulsionando as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) após recomendar a compra dos papéis minimizou uma questão importante que vem assombrando investidores nos últimos dias: a Operação Lava Jato.
Em tom otimista, o relatório, escrito pelo analista Alexander Burgansky, do Deutsche Bank, faz menção apenas três vezes à Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do País e políticos.
Na tese de investimento na estatal, Burgansky diz que não considera possibilidade de efeitos das investigações nos resultados financeiros da empresa, que teve seu balanço adiado para dezembro, sendo que a parte auditada deve ficar apenas para janeiro de 2015. A opinião vai na contramão da apontada pelo Morgan Stanley que estimou hoje eventuais perdas de até US$ 21 bilhões com os desvios citados na Operação Lava Jato.
Na outra vez menção, o analista apenas comenta sobre a recente performance da ação, que tem sido fortemente afetada pelas notícias sobre a Operação Lava Jato. Mas, em seguida, voltou a apontar que não espera que isso tenha efeito nos resultados.
A recomendação do banco está calcada em uma perspectiva de forte produção e resultado financeiro, contra uma expectativa ruim do mercado. “Embora acreditemos que a meta de produção para 2020 de 4,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia não será atingida, ainda estimamos uma taxa de crescimento anual de 10% na produção total de hidrocarboneto, o que tornará a Petrobras a produtora mundial de petróleo que mais cresce em todo o mundo”, disse o relatório do banco, assinado pelo analista Alexander Burgansky.
Além da recomendação, ele projeta um preço-alvo para o papel de R$ 18,50, o que representa um potencial de valorização de 48,59% em relação ao fechamento da última terça-feira (18) das ações preferenciais. Para Burgansky, a companhia vai entregar um dividend yield (dividendo/preço da ação) de 4,7% para os papéis ordinários e 6,4% para os preferenciais em 2015.