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A Americanas (AMER3) informou na noite desta quarta-feira (18) que o Bradesco (BBDC4) reteve mais de R$ 450 milhões do caixa da companhia, o que, segundo a varejista, descumpre a proteção que a empresa obteve da Justiça contra o bloqueio de bens. Procurado, o Bradesco confirmou o congelamento do recurso.
Mais cedo, o BTG Pactual conquistou no judiciário o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas sob custódia do banco.
“A atitude unilateral de compensação dos credores contra o caixa da companhia prejudica sua viabilidade”, disse a Americanas, em nota enviada ao InfoMoney. “A companhia segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores, para manter seu compromisso. A Americanas espera que os credores também se comprometam na busca de soluções”, concluiu a empresa.
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BTG abriu a fila
O BTG Pactual (BPAC11) conseguiu na Justiça o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas (AMER3) sob custódia do banco, decidiu o desembargador Flávio Marcelo Fernandes, da segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A decisão desta quarta é liminar, uma vez que o pedido do banco ainda será apreciado pelo tribunal.
Segundo o magistrado, a proteção obtida pela Americanas contra credores antes de uma possível recuperação judicial não pode garantir que a empresa tenha livre acesso ao recurso, em especial em um contexto em que há risco de calote.
“Há necessidade de diligência com o fim de se evitar a utilização do instrumento [proteção] como meio de fraude a credores, sob pena de se esvaziar o próprio intuito da Lei”, escreveu Fernandes.
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Recuperação judicial a caminho
Com uma tendência de bloqueios de recursos em série ganhando força, a recuperação judicial não está mais no campo das possibilidades, mas sim de quando ocorrerá.
Segundo informações obtidas pelo jornal “Valor Econômico“, a varejista possui apenas R$ 800 milhões em caixa – quantia que não dá conta de manter a operação por muito tempo. Com isso, a formalização da RJ poderá ser antecipada para ainda esta semana.
Especialistas ouvidos pelo InfoMoney já tinham alertado que não existiam alternativas para a Americanas evitar a recuperação judicial. Para esses profissionais especializados em reestruturação de empresas, a discussão entre os credores é de que forma eles vão “perder menos”.