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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, oficializaram a renovação do convênio para o programa Cotton Brazil, de promoção do algodão brasileiro no mercado internacional. O termo de comprometimento foi assinado durante o Dia do Algodão em Correntina (BA), no sábado (15). Segundo Schenkel, nesta próxima etapa, o investimento será de R$ 24 milhões para os próximos 24 meses, sendo R$ 10,5 milhões da Apex e R$ 13,5 milhões da Abrapa.
A parceria se iniciou em dezembro de 2019. Na primeira fase, com duração de 18 meses, o aporte foi de R$ 5,9 milhões, sendo 48% da Apex e 52% da Abrapa. Em seguida, o acordo foi estendido por mais 24 meses, com recursos de R$ 18 milhões, 49% da Apex e 51% da Abrapa. “Nesses quatro anos de parceria, foram muitos os desafios enfrentados, mas as ações têm levado o algodão brasileiro a ser reconhecido no mercado internacional”, disse Schenkel. Segundo o representante, entre as conquistas do projeto até o momento estão a participação em eventos internacionais, missões de visita a compradores no exterior e recepção de industriais estrangeiros ao Brasil, parcerias com entidades chinesas, divulgação com foco em inovação, sustentabilidade e manejo biológico, além do avanço em indicadores de sustentabilidade da cotonicultura brasileira e certificação de agricultura regenerativa.
“Nesta nova etapa, além da manutenção de todas as ações executadas até agora, traremos importantes inovações para o escopo do projeto com foco na sustentabilidade, desenvolvimento regional, equidade de gênero e capacitação de pequenos produtores. Iniciaremos um novo plano de comunicação e aproximação com as grandes marcas globais, apresentando os pilares de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade do algodão brasileiro”, disse Schenkel.
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O presidente da Abrapa havia dito, em conversa prévia com jornalistas, que o programa começaria a promover o algodão brasileiro entre as grandes marcas de varejo no exterior. “Precisamos que eles peçam para a indústria na Ásia que compre o algodão brasileiro”, afirmou. “Estamos mostrando o que a gente faz aqui, e hoje a rastreabilidade é uma grande vantagem que temos.”
Conforme Schenkel, recentemente representantes da Zara visitaram Mato Grosso e Bahia para conhecer a produção local, e, no sentido oposto, a Abrapa foi a Amsterdam participar de evento da certificação Better Cotton em que apresentou a marcas como Adidas, Boss, Nike, C&A, Ikea e PVH os resultados do Brasil. O País produz 42% do algodão chancelado no mundo pela Better Cotton Initiative (BCI), que atesta a fibra produzida em padrões responsáveis. “É importante esse relacionamento porque eles mostram para nós onde querem chegar”, disse o presidente da associação, se referindo às metas de sustentabilidade na cadeia de fornecimento das empresas.
Conforme o presidente da Apex, Jorge Viana, fora o valor do convênio do Cotton Brazil, o País provavelmente “à parte” terá de desembolsar uma “soma grande” em virtude da disputa “desigual” com os Estados Unidos, maior concorrente do algodão brasileiro. “Os EUA estão fazendo um movimento político forte junto com as grandes confecções do mundo para reservar mercado, e vencer isso não é fácil.”
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Viana reiterou aos cotonicultores do oeste baiano o desejo do governo de trabalhar em conjunto. “A última eleição passou, e a próxima está longe. Temos que dar as mãos e trabalhar, é isso que o presidente Lula me orientou a fazer e que estou fazendo na Apex. Vamos juntar todo mundo que quer trabalhar”, disse Viana, que antecipou a possibilidade de o governo anunciar “ainda este ano” a duplicação da rodovia que liga Barreiras a Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, uma demanda dos produtores locais.
*A repórter viajou a convite da Abrapa e da Abapa