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SÃO PAULO – O esquema de corrupção que está sendo desvendado pela Operação Lava Jato chega a novos patamares. Um depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal mostra envolvimento do empresário André Esteves, dono do BTG Pactual (BBTG11), ao petrolão. Partes do depoimento, do dia 4 de novembro, foi obtido e publicado na última sexta-feira pela revista Época.
Segundo a reportagem, Esteves estava envolvido em 2008 com o empresário Carlos Santiago, conhecido como Carlinhos, na Derivados do Brasil (DVBR), uma rede de 118 postos espalhados principalmente por São Paulo e Minas Gerais. Após acumular prejuízos, eles tentaram vender a empresa, sem sucesso. Até que, em 2011, procuraram a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras (PETR3; PETR4), que teria aceito pagar recursos para colocar sua marca na rede DVBR e garantir exclusividade na venda de combustível.
Em depoimento, Yousseff declarou o pagamento de propina de R$ 6 milhões na operação entre a DVBR e BR Distribuidora, sendo ele o responsável por entregar o dinheiro. Para cumprir a tarefa, o doleiro diz que manteve contato apenas com Carlinhos e Pedro Paulo Leoni Ramos, que era o intermediário dos políticos nos grandes negócios da empresa desde o segundo governo Lula – ele afirma que nunca se encontrou com nenhum funcionário do BTG.
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Em resposta à publicação, o BTG Pactual disse que “repudia veementemente” a matéria da Época, apontando que as informações fornecidas à publicação não apenas foram utilizadas em sua integridade como foram distorcidas e tiradas de contexto. Segundo a nota do banco à imprensa, André Esteves jamais teve contato com Alberto Yousseff e Pedro Paulo Leoni Ramos, com políticos mencionados na reportagem ou com executivos da BR Distribuidora.
A revista aponta que a BR Distribuidora, em 2011, época no negócio, era dominada por três forças política: a bancada do PT na Câmara, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do PMDB, e o senador Fernando Collor, do PTB. Lobão e Collor devem aparecer na lista de políticos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá ao Supremo para investigar na Lava Jato, acusados de receber proprina.